quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

DE VERSOS

Não queiras me envenenar;
minha dor está dormente;
ternuras no teu olhar
são dois ninhos de serpente!!

Quem leva a vida pequena
seu espírito não medra;
a virtude pesa pena
eo defeito pesa pedra!

A flor beija a natureza
com sua espontaneidade...
Mulher exala beleza
na sua simplicidade!

Não faça do amigo a ponte
para o sucesso alcançar;
muitas vezes no horizonte
é onde começa o mar!

Junto à árvore da trova
conheci minha poesia,
pois quem do seu fruto prova
faz do verso moradia.

Tens apenas um defeito:
ferir-me na insensatez;
eeu apenas o direito
de morrer uma só vez!

A janela da poesia
aberta às rimasdo amor
deixa passar, noite e dia,
toda a ternura da flor.

Pranto, rio que desliza
em pedras, curvas, escolhos,
às carícias de uma brisa
que externa o brilho dos olhos.

Oxalá flores nascentes
em vergéis adormecidos
despertem as novas mentes
aos caminhos coloridos!

Se palavras são em vão
ao amigo, no fracasso,
externo a minha emoção
no silêncio de um abraço!!

Saudade, flor que a distância
seu perfume não desfaz.
Jardim onde nossa infância
dança ciranda de paz.

Solidão é uma procura
além dos nossos sentidos.
Sem tempo, longe, a ternura
se perde nos alaridos.

Um leve toque em um ombro
com doações de energias
remove dores no escombro
das horas tristes... vazias...

Amor, dádiva Divina,
semente humilde e perfeita;
a luz que nos ilumina
pela caminhada estreita.
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T R O P E Ç O

Vejo-me agora no final da estrada
e as consequências de uma vida aflita
a procurar afoito a mais bonita
virtude altiva, joia lapidada.

As mãos vazias cheias de desdita
não afagaram outras sem ter nada.
E a consciência viva, tão pesada,
arrasta o fardo que a ambição incita.

Peço perdão para mim mesmo, eu sei
que para evoluir existe lei
da semeadura e sua consequência.

Queira ou não queira o fim faz o começo
para engendrar a escala sem tropeço;
ser mais humilde na nova existência!

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SUTIL OLHAR

A nova era agora tão veloz
atinge os ares lassos de metais;
a quântica figura não é mais
o mito que atordoa a todos nós.

Os olhos deslumbrados por fanais
que buscam horizontes, antes sós,
percebem muito além de nossa voz
as vibrações sutis de mil sinais.

Desperta criatura limitada!
Aguça a tua aura dos sentidos;
o mundo ao teu redor é quase nada!

A nova era agora tem ouvidos;
o espírito retarda evolução
se olhar de uma segunda dimensão!!
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SINAIS INVERTIDOS

Olhando a terra acima dos sentidos
um ar tristonho abate-me na entranha:
sermões abaixo aos ares da montanha
e súplicas em motes de alaridos.

Como esperar que rogação tamanha
venha a elevar as almas dos “ungidos”
pelos sinais, nas mentes, invertidos,
se trechos do alfarrábio mal arranha?

Verter em lágrimas na espera, inerte,
(açoite de cilício não reverte)
na frialdade do silêncio atroz...

é malograr-se às vestes endeusadas;
é recorrer às luzes apagadas
se Deus reside aqui... dentro de nós!!

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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

TROVAS/SILÊNCIO/TRÊS POR CINCO/VIAGEM/PENSAMENTOS

Das mãos limpas que me valho
são exemplos dos meus pais:
honestidade e trabalho;
ganância... inveja... jamais!

Quantas pedras removidas
e quantas por remover.
Provações em nossas vidas
que só nos fazem crescer!

Não existe lei que impeça
um pensamento funesto
de quem semeia promessa
quando não quer ser honesto.

Distância não é medida
se a paixão é verdadeira;
o calor de despedida
não diminui a fogueira.

Pergunto ao tempo até quando
a falsa paixão se esconde.
E ele passando... passando...
sutilmente já responde!

A terra liberta cios
e os braços do homem aceita
quando a chuva por seus fios
tece o manto da colheita!

No fim do túnel a luz
sinaliza uma esperança.
Quem a seu brilho conduz
a vitória sempre alcança!

Pelas flores que plantei
entre espinhos... muito fiz
que um grande jardim ganhei:
Minha sina é ser feliz!
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S I L Ê N C I O

Quando eu pensei que tudo estava certo...
eis que você, na calma de serpente,
virou meu mundo assim tão de repente
numa miragem plena de um deserto.

Meu pensamento sóbrio, tão presente,
não alertou-me como estava perto
um coração fechado... e bem aberto
à pequenez de um sopro tão latente!

Me refazendo aos poucos, fui olhando
nas passarelas de um mundo nefando
desfiles frágeis, quem olha e não vê.

Hoje agradeço sua insensatez
silenciando o vazio de vez
feliz por mim e triste por você!
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TRÊS POR CINCO

Terceira dimensão... cinco sentidos...
Limites envolvendo nosso espaço,
porém a liberdade gera abraço
aos gestos nobres no mundo esparzidos.

Quem somos nós, formados por um laço
que a plenitude acima faz ouvidos,
no círculo dos joios conhecidos
porém a um passo da glória ou fracasso?

O livre-arbítrio que nos prende ou solta
nos prende à gravidade a nossa volta;
nos solta ao volitivo do inventário.

Cercados pelos claros dos escuros
saibamos que o futuro desses muros
será um mero passado necessário!
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V E L E J A N D O

Varanda, vales, verdes, primavera;
o ar envolto em meigas cantilenas...
Imagens tão serenas que eu quisera
perenes, tácitas em mim apenas.

Sonhar é o som sagrado da quimera
num canto enquanto as dores são amenas.
Descanso à rede a lágrima sincera
que luz na luz dos olhos dos mecenas.

A bordo de uma rede a velejar
eu sorvo a paz que a brisa faz ao mar
no vento que acarinha as mãos poetas.

Bendigo a natureza onde os estetas
descrevem a meiguice de um tormento
na voz que se enternece à voz do vento!!
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O homem sem caráter é uma águia sem olhos.
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A arte é uma das asas da Providência Divina.
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Não lamentes o revés sem antes saber quem és.
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Lágrima é o respingo da emoção ao mergulhar no coração.
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Um bom sistema de governo não basta. Deve-se aliar a um bom sistema de cultura de civismo, que desperte pelo menos um estadista por estado.
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Nunca deixemos de exercitar o lirismo, pois sempre rimou com paraíso e jamais com abismo.
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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

DE VERSOS E PENSAMENTOS

Cultiva a paz aí dentro
do teu coração agora.
Sentirás o amor no centro
e a alma brilhar por fora!

TROVA
Vinte e oito pinceladas
e um quadro estampa tua arte
de resumir, ampliadas,
as emoções ao pintar-te!


Alvo de risos e palmas
embutido em seu disfarce,
o palhaço lava as almas
querendo da dor vingar-se!

ELEIÇÃO
O presente desatina
quem cai no conto falaz:
__trocar voto por botina
leva sempre um pé por trás!


Se combate entre gigantes
é buscar sempre o poder,
os humildes, mais distantes,
lutam só para viver!


Uma mulher de verdade
simplesmente é poderosa:
vence os espinhos da idade;
ganha os encantos da rosa!


Se cuidarmos bem da fonte
a natureza eterniza
os vislumbres do horizonte
com as promessas da brisa!


Bem no meio da floresta
a terra respira fundo...
Aproveita o que lhe resta
arejando mais o mundo!
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...E A VIDA CONTINUA


Aos poucos meus amigos vão embora...
Saudade hospitaleira abre janelas
e os ares das paisagens amarelas
aumentam o vazio que devora.


As mãos saudosas ficam sem aquelas
que tanto me afagaram mundo afora
nas horas tristes bem fora de hora
e nos momentos das tertúlias belas.


E assim eu sinto que também vou indo
na esteira da fatal apoteose.
É triste mas caminharei sorrindo


Sabendo que ao beber da mesma dose
os planos das paisagens verdejantes
ressurgirão sorrindo como antes!
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S E M P R E


Quando partiste para a eternidade
eu não sabia que doía tanto
tua presença na minha saudade;
o teu semblante calmo em cada canto...


O amor que existe neste lar portanto
Ficou maior dentro de mim, verdade.
Meu coração cresceu e por encanto
enfrento só... a triste realidade!


As minhas mãos vazias sem o tato
dos teus carinhos, roçam o retrato,
por ironia sempre sorridente...


E em cada canto o riso da esperança
leva-me a ti o que o olhar alcança:
os teus objetos: nosso eternamente!!
..................

OBS. Soneto a um amigo cuja esposa faleceu
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SUBLIMAÇÃO

Às vezes a esperança digladia,
em tons de dissonância retumbante,
com luzes que cintilam mesmo em dia
na mente cuja alma é destoante.


E a culpa inconseqüente no levante
pungente, distorcida, acaricia
o espelho e o tempo pára e não distante
a voz da consciência denuncia.


Acorda o pensamento sublimado
nas mãos desvencilhadas do passado;
existe ainda água, imensa fonte.


O mar que faz o sal, faz o salmão;
fanal aponta a pedra no clarão;
o mundo não acaba no horizonte!
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RECONCILIAÇÃO

Dou-me à conta da realidade;
escravo dos passos apressados
à caixa circunspecta do correio.
Num pequeno espaço a grande esperança.
As mãos lépidas rasgam papéis
que algum dia poderão alegrar-me.
Silêncio.
Retorno.
Lampejos do dia seguinte.
A revisão dos detalhes quer voar.
Detenho as asas das veleidades
e esforço-me a contemplações.
Reverencio a paciência e o perdão;
Lavo-me a alma na ausência do orgulho
e apego-me ao telefone.
Retorno.
Silêncio.
Lábios nos lábios.
Caixa do correio vazia.
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Os iluminados existem para as trevas; as trevas para os descaminhos; os descaminhos para as preocupações; as preocupações para os iluminados.
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A compulsão de enganar o outro é tão deletéria quanto à do alcolista que engana a si próprio.
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Os hegemônicos procuram manter a hegemonia. Os submissos devem procurar sabedoria. A consequência o futuro mostrará.
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Enquanto os maus políticos bradam a pobreza passa.
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A extensão dos braços é limitada, senão a terra seria estrangulada.
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Fugitivo é aquele cujo corpo corre mais do que a alma
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A metáfora é a sombra perfeita da realidade, onde o poeta descansa seus versos.
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Se radicalismo fosse bom o homem não teria inventado a roda.
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Sábio é aquele que pensa amanhã ontem, na certeza do hoje.
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É preferível o silêncio a palmas apenas por palmas.
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Se todas as verdades dos bastidores fossem ao palco, o delírio da platéia seria o eclético aplauso à instituição dos valores autênticos.
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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

TROVAS / EVOLUÇÃO / CAMINHO / PENSAMENTOS

Novas auroras... quimeras...
esperanças e portais.
Parecem que em primaveras
as flores encantam mais!!


Primavera! Primavera!
Quantas vivi... viverei?
Enlace da nova era
nas serpentinas da grei!

Primavera é a estação
por onde embarcam poetas
no trilho de um coração
cheio de curvas e retas!

Nosso amor é tão intenso...
e tenho a leve impressão
não ter idade... pois penso
sermos de outra dimensão!


Na praça, o coreto dorme...
despertando a minha infância.
E aquela saudade enorme
encurta mais a distância!


Na distancia dos abrolhos
que abrigam os excluídos,
quanta súplica nos olhos
ao silêncio dos ouvidos...!


Sinto a brisa descansar
sua ternura em minha alma...
quando a luz do teu olhar
aminha tormenta acalma!


Tenha paciência meu filho
__aconselhavam meus pais__
aquele que alcança brilho
não carece andar demais!


Aquele que não respeita
o tempo, na semeadura,
certamente na colheita
não terá fruta madura.


Comprimido pelo tédio
teu elixir foi meu mal.
És para mim, do remédio,
o efeito colateral!
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EVOLUÇÃO

Existe algo além de mim, eu sei.
Um inefável sentimento oculto
num labirinto de uma simples lei
que no atavismo tempestivo ausculto

clamor presente de uma imensa grei;
espelho d’água que me faz um vulto
dançar nas ondas ou plebeu... ou rei...
na busca austera de um perfeito adulto.

Pequeno imenso em energias tantas
eu sinto que as paredes “sacrossantas”
dão-me à visão as portas mais fraternas.

Mil universos... mundos... e vivências
aglutinando os lumes das ciências
--partículas a prosperar, eternas!
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C A M I N H O


Oh! Deus! Como alcançarmos paraíso
vivendo neste mundo em provação
onde as pedras agridem a emoção
de sermos felizes...O que é preciso?


---Orai e vigiai o coração
no amparo da receita do juízo
que vem à consciência pelo aviso
bondoso e vertical do vosso “IRMÃO”


...velando sempre os passos vacilantes
nas mãos ambiciosas dos gigantes
invertendo bons valores sem esmos...


...e amai-vos uns aos outros, instruí-vos
na evolução, clamor dos redivivos.
Respeito ao próximo como a vós mesmos!
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A claque é artifício e emoção não é difícil.
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A proliferação de religiões é um processo natural quando as referências confundem o bem e o mal.
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Nem tudo que frustração é insucesso, haja vista a gama de caminhos que se abrem quando a vontade é consistência da virtude.
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Em qualquer regime de governo existe hipocrisia; até os hipócritas admitem.
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O açodamento é inimigo do pensamento.
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Súditos em cultura afinada, impõem respeito à corte que se contém ajuizada.
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Credibilidade e tela de um gênio são intocáveis. Uma vez maculadas, o valor perde-se nas especulações.
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A matéria foi feita com carinho e carinho não é matéria, é espírito.
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Na terra de cegos, quem tem olhos muitas vezes é discriminado.
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Se no transcorrer da vida fizeres pelo menos um ponto, que o faça bem feito.
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A existência de céticos deve-se à ausência de intrépidos.
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As palavras são aladas e podem pousar em terreno baldio, onde não medra a discrição.
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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

TROVAS / FULGOR / REGENERAÇÃO

O caráter se desfaz,
irmão não é mais irmão
se a mentira for capaz
de confundir a razão!


A fugir da hipocrisia
na discrição eu me calo,
pois quem fala em demasia
cumprimenta até cavalo!


Se eu ficasse aquele dia
sem aceno na estação...
hoje a cena não teria
cicatriz no coração!


Ao saber do furacão
o luso apela ao socorro
escondendo no porão
seu estimado cachorro!


Quando a dor fica teimosa
e a esperança nem murmura,
o espinho a zombar da rosa
exala a sua amargura!


Os olhos são seus ouvidos;
sua voz, mãos triunfais.
seus anseios têm sentidos
na linguagem dos sinais!


Se palavras são em vão
ao amigo, no fracasso,
externo a minha emoção
no silêncio de um abraço!
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FULGOR

Faço a filosofia ao bem querer
e à sensibilidade o despertar.
O coração carente a palpitar
reverencia um novo amanhecer.


As flores batem palmas no pomar;
a brisa mal consegue se conter
e aos campos apressada faz saber
que a inspiração voltou para ficar.


Os sequiosos versos rompem frestas
e às lágrimas espargem liberdades;
e aos lábios interrompem elegias.


À vida são as luzes mais modestas
luzindo singelezas das verdades
que ensinam embalar filosofias.

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R E G E N E R A Ç Ã O


Quisera regressar um dia aqui
neste caminho de dicotomia
e vislumbrar um sol de novo dia
acarinhando as flores que eu não vi


nas mãos que prometiam alegria
às plebes em amargo frenesi;
sorver perfumes que jamais hauri,
a obliterar a dor da nostalgia.


Que mundo é esse que desejo tanto,
no meu presente mergulhado em pranto,
com livre-arbítrio em acessar degraus?


É um mundo cheio de promessas vivas
pelas passagens regenerativas
elidindo de vez os berços maus!

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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

POESIAS DIVERSAS E PENSAMENTOS

A verdejante campina
é uma verdadeira escola:
Na simplicidade ensina
sonhar ao som da viola!

O sorriso de criança
é o despertar que uma rosa
faz, na aurora da esperança,
uma fonte luminosa!

Deus fez, num ato supremo,
a pintura mais completa:
Arco-íris num extremo
e no outro a luz do poeta!

Com a esperança distante
e a força por extinguir...
pequena luz é o bastante
para o nosso olhar seguir!

Construí meu universo
nos pilares da poesia.
Cada estrela, a luz de um verso;
cada verso, um novo dia!

No duelo de titãs
a vitória é do clarão
quando o sol, todas manhãs,
rompe o véu da escuridão!

Minha alma no azul se expande...
parece um sonho sem fim.
Sendo o nosso amor tão grande
sinto o céu dentro de mim!

Assim como não se para
o tempo, naturalmente,
o grande amor não separa
duas almas no poente!

O maior prêmio da vida
é escalar até o final
sendo as pedras da subida
estandartes do ideal!

Mentira, uma falsa imagem
que revela cicatrizes
nas pessoas que assim agem
por serem muito infelizes.

Deus concedeu ao artista
um talento transcendente
por enxergar além vista
o que seu coração sente!
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L I B E R D A D E

À pequenina flor pedem passagem
as liras das libertas redondilhas
que fazem amplidões das suas ilhas
e os versos se esvoaçam na miragem.

E quantos que desejam maravilhas
largando as mãos que prendem a coragem
nas ilusões que agitam mas não agem,
levando os sonhos às tribos das trilhas...

Desejam ares nos mares sem costas,
os abandonos das peias supostas,
para os grilhões dos fugazes delírios.

Neste meu mundo deveras pequeno
ao horizonte dos olhos aceno
vôo nas asas das vestes dos lírios!
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INTROSPECÇÃO

Parei a roda do cotidiano
num dia triste sem expectativas.
Lembranças doces foram as convivas
que me levaram entender o arcano

num labirinto de promessas vivas
entrelaçadas num grilhão insano.
E calmamente a mente em desengano
esperta as esperanças inativas.

Como abraçar o mundo à veleidade,
Onisciente, dono da verdade,
na esteira de um singelo escaravelho?

Não passo de um mortal, de um peregrino,
ainda no casulo de um menino...
Muito obrigado caro amigo espelho!
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PONTO DE CHEGADA

Nova cortina, novos ares...
e o que me resta nesta oferenda?
Na bagagem o orgulho triturado
e uma nuvem perene mergulhada
nas cinzas de um céu que não alcei.
Quantos caminhos preteridos,
olhares perdidos,
esperas das eras que não foram.
Lutei contra mim, contra os espelhos,
perdi-me na pesada consciência...
Nova cortina... e agora?
Em todo este trajeto a solidão
arcou minha alma suplicante.
A solidão da alma é mais pungente
neste vazio de céu indiferente
às minhas buscas estilhaçadas
pelo egoismo, pela fama e...eis o nada!
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Quando os poderosos se digladiam, não existe vencedor e sim, interesses.
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Não tenho medo do diabo; temo as pessoas que o tem.
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A fé é uma luz invisível que brilha nas entranhas do possível.
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O detalhe aparece quando o espírito cresce.
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Humildade, tão fácil de vivê-la e tão difícil de aceitá-la.
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Onde o poder manifesta há sempre motivo para festa.
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A corrupção se mede pelo grau de intransigência da impunidade.
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A qualidade de cultura é dimensionada pela qualidade de informação que se preconiza.
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Se procurar defeitos numa pessoa você acha; se procurar virtudes você acha. O que você prefere?
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Imaginou uma rosa sem pétalas? É o mesmo que um povo sem cultura.
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Quando a tarefa de um é dividida inescrupulosamente a dois, o resultado é menos um.
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A cultura de um povo é intocável como a alma; respeitável como o símbolo; amável como a arte.
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É preferível, em algumas circunstâncias, que se volte ao ponto de partida para integrar-se ao meio da chegada.
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Saiba valorizar e utilizar o bumerangue da ação; seu retorno contém o que foi lançado.
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Devemos ter na religião respeito, jamais temor.
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Deixar-se corromper com muita ou pouca intensidade, equivale a suicidar-se com um ou dez compridos letais.
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O verdadeiro sucesso é a balança nivelada com perseverança e honestidade.
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Não subestimes o valor que emana de outrem, pois o teu vem nada mais além de ti.
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Caráter é nuvem diferente, pois nas diversas configurações sempre retrata a gente.
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Seja, não sinta necessário, para sentir, não ser gratificado.
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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

TROVAS / POSFÁCIO / CAMINHEMOS

Pela relatividade
tudo está no seu lugar.
O tempo não tem idade;
infinito é caminhar!


Os meus cabelos grisalhos
me impedem a caminhada;
enganado por atalhos
cheguei ao topo do nada!


Não temos culpa de nada;
nosso destino é fatal:
as flores da nossa estrada
são de um jardim virtual!


Os rios fazem carinho
no corpo da natureza
__encanto do ribeirinho
ao canto da correnteza!


O silêncio é a sutileza
de respostas olorosas
de um jardim onde a beleza
ecoa o parto das rosas!


Distante dos teus abraços
sinto não estar sozinho;
faço das sombras os passos
às luzes do meu caminho!


O tempo está me ensinando
que a grandeza se comprova
na pequenez da luz quando
a imensidão é uma trova!

Ao som da noite uniforme
comigo a tristeza dança;
enquanto a esperança dorme
a saudade não descança!
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P O S F Á C I O


A tarde fria sopra na vidraça
E esparge em mim um pálido receio:
---À vida de quem passa por passeio
o tempo empedernido jamais passa---


Decido abrir meu livro bem ao meio
e vejo que o passado deu-me à graça
de burilar a vida que congraça
aos feitos do posfácio que releio.


A paz da consciência à luz vislumbra
a noite carinhosa sem penumbra.
O medo então perpassa bem minúsculo.


O esvanecer da tarde continua
e na janela vem pousar a lua...
É o acalanto vívido ao crepúsculo!
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C A M I N H E M O S

Se tens plena certeza do teu dom...
entrar em minha mente não permito
seguindo a tua estrada envolta em rito
nos ideais que vibram mesmo tom.


A tolerância existe ao infinito,
porisso eu compreendo como é bom
o teu compasso alegre ao mesmo som.
Se crês assim... também eu acredito.


Sigamos irmanados o caminho;
ninguém consegue o bem assim sozinho.
O individualismo é superado


por simples atitude fraternal.
A regeneração derrota o mal
se caminhamos sempre lado a lado.
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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

TROVAS / SONETOS: PROGRESSO E REVERÊNCIA

Papel de carta, calado,
grande amigo confidente
que leva para o outro lado
as linhas que a ausência sente!

Maria-fumaça apita
nos trilhos da minha vida
e a saudade então crepita
na plataforma esquecida.

Quem silencia a verdade
não ouve do amor a voz;
perde a sensibilidade,
ganha a frieza do algoz

Chuvas finas a regar
sedentas flores que imploram,
para os homens vêm mostrar
por que os anjos também choram!

Deixa o lamento de lado,
abre a porta do futuro;
o tempo desperdiçado
é um tijolo a mais no muro.

Lapidando a pedra informe
com paciência e carinho
abre-se um espaço enorme
entre as pedras do caminho!

Felicidade consiste
olhar a vida risonha;
um brilho que não existe
nos olhos de quem não sonha.

Quando a chuva beija o chão
ressequido das queimadas,
as flores em gratidão
choram gotas perfumadas!
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PROGRESSO

Estamos no começo de um indício
que a nova era há muito já nos traz:
um despertar solene para a paz
sem ritual, oficiante e ofício.


Com liberdade à vida nos compraz
eflúvio mais sublime do interstício.
O espírito na esteira de edifício
os mitos vai deixando para trás.


Com a ciência sempre em paralelo
o corolário derruba o castelo,
refúgio dos milênios sem acesso.


Se esta amplitude é a tez da onisciência
as vibrações afloram consistência;
é a lei do AMOR, o cerne do progresso.
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REVERÊNCIA

Cansado de remar contra a corrente
parei para pensar na conseqüência:
Se a todo empenho tinha consciência
por que agia assim tão diferente?


Mesmo sabendo o fim, essa insistência
levava-me ao delírio irreverente.
A dor aos poucos foi tomando a frente
e tudo em mim gritou pela clemência.


Abrindo os olhos para a redenção
saí do barco que me dirigia;
passei a comandar-me na razão...


E na corrente a remo num mergulho
eu vi bem fundo, em cima, um novo dia.
O que me fez sofrer foi meu ORGULHO!!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

TROVAS, SONETO, POESIAS E PENSAMENTOS

Essas fúrias almejadas
às pressas por mil conquistas
são vaidades algemadas
por tristes vendas das vistas!


O verde a perder de vista
qual tapete divinal
começa pela conquista
de um trabalho de quintal.


Na humilde casa da estrada
aos lumes desta amplidão
feérica luz dourada
no espaço de um lampião!


A simples gota de orvalho
a umedecer tênue relva
responde ao dom do carvalho
de impor a força da selva!

Se o cansaço me estimula
renovar a caminhada
a cancela é quase nula
e a vereda, quase nada!

Nunca devemos deixar
a nossa esperança fora.
Cada dia é um despertar
na juventude da aurora!


Quem planta dor planta mágoa,
navega contra a corrente,
pesca peixe fora d’água,
pisa na lama e não sente!
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ISOLADO ENCANTO


Salão repleto, nobre de artes belas,
murmúrios, gestos, ares estilistas.
O afago forte nos pincéis de artistas
moldura abraços, traços, luz nas telas.

A flor disposta à porta em todas vistas
exala as auras plácidas, singelas.
Porém as vistas todas são aquelas
voltadas às paredes tão benquistas.

Se os quadros levam ao encantamento
no brilho mais audaz de um só momento...
o vaso à entrada ampara, preterida,

a forma que transforma a transparência:
- a tela estampa a vida, é conseqüência;
a flor no entanto é causa, pois tem vida!
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T E M P O

A par dos seus pensamentos
regando os cristais das teses,
abraço o espaço dos ventos,
a irrigação nos momentos
das cores desconhecidas.
O cosmos é o meu tentáculo;
estrelas, meu espetáculo
levando luzes às vidas.


No telúrico solfejo
a sinfonia, constante,
embala à mente, latentes,
Impulsos inconscientes
das batutas imortais.
Afugento as elegias,
as cinzas das nostalgias,
obliterando os “jamais”.


Nos degraus da evolução
os meus pés não têm cansaço.
Meu fôlego norteado
une o futuro ao passado;
mil perguntas à razão.
Nas fotos amareladas
traço as minhas pinceladas
e portas ao coração.


Eu sou a ponte de tudo;
o alfa, ômega, o éter;
asas da motricidade
no esplendor da eternidade
gerando início sem fim.
Eu sou o parto das rosas;
aura dos versos e prosas;
reticências no confim!
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O SONO DOS JUSTOS

Dorme, Diógenes!
O seu intento perdura entre nós.
As virtudes existem ainda
e a contraparte, o nosso algoz.
Não cansam da desonestidade.
A honra, o manto das escolas,
insiste acordar a saudade.
Dorme, Diógenes!
A indignação permeia as gargantas
e um resquício de fé sobrevive
na lanterna que acalantas.
o espírito não perdeu o brilho
malgrado as ânsias vorazes
suscitarem estribilho!
Dorme, Diógenes!
O tempo das flores é contumaz
e os poetas volitam audazes;
quem faz o belo o feio desfaz
O mundo persiste em catarse;
a consciência, o eterno juíz.
A luz no escuro mais se esparze...!
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PENSAMENTOS
Não toques no gigante sem conhecê-lo antes.
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Assim como a pedra é o molde da erosão, a pessoa empedernida é a ferida da emoção.
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É plausível o jogo perspicaz da política, porém, o povo não deve considerá-la um jogo, limitando torcer na arquibancada.
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Dimensão e limite não se coadunam, assim como a expressão da arte e a via Láctea.
------------------------------------------
Não deixes escapar pelas mãos o que cabe exatamente nelas.
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Quando o círculo se fecha abre-se a verdade.
-------------------------------------------
Talento não se aprende; amadurece na escola.
-------------------------------------------
Tudo torna-se difícil quando não se empenha em fazê-lo.
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Uma verdade com meia mentira é igual uma mentira e meia.
--------------------------------------------
Um bom diálogo vale mais que mil recados.
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Observa o comportamento do próximo para apalpares as tuas arestas e virtudes no mais absoluto silênco.
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Num sistema indecente o culpado é inocente.
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quinta-feira, 8 de julho de 2010

RETORNO DO RECESSO

Caros amigos, após 35 dias, volto a normalizar a postação(agora quinzenal) dos trabalhos.
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A essência da liberdade
todo ser pode senti-la:
O fluido do amor invade
a consciência tranqüila.


Quanto mais a idade avança
mais minha alma se aprimora;
meu coração de criança
brinca de saudade agora!


Dinheiro não cai do céu
e de pedra não sai leite.
quem espera sempre ao léu
não passa de um mero enfeite!


Façam o povo feliz:
A mente aberta é capaz
de saber o que se diz
por saber o que se faz!


Por que o poeta é sensível
de tal forma a sofrer tanto?
...Seus olhos em qualquer nível
represam dor... flui o pranto!


Foi excesso de cautela
a causa do meu tormento:
Guardei o retrato dela
dentro do meu pensamento!


Coração desiludido
não culpe ninguém por isso;
se agora vive esquecido...
é porque já foi omisso!


Prostrado em minha arrogância
à humildade hoje me entrego;
ficou menor a distância
sem o peso do meu ego!


Se letras tivessem pernas
calçariam matemática;
andariam mais fraternas
com teoria na prática

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J O I O

Por que nós complicamos singelezas
pelo simples sabor de afirmação;
por que não escutar o coração
que pulsa as vibrações das incertezas...

se temos ao alcance o corrimão;
degraus que facilitam mãos coesas;
o dom de emocionarmos às belezas...
Por que só ver a luz na escuridão?

Estamos de passagem simplesmente.
Abrindo com desvelo nossa mente
o mundo é bem maior em nosso espaço.

Por que nós complicamos as passagens
seguindo a realidade das miragens?
A vida é bela e o tempo é bem escasso!
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F A N A L

O tempo é um corredor de maratona
que a todos nós compete um fim preciso,
porém alguns alcançam paraíso
e muitos mal conseguem vir à tona.


Quem aproveita o espaço do juízo
desvia da cancela que o detona.
O fugitivo corre na carona
da ventura fugaz de um indeciso.


Recuperar o tempo esvoaçado;
catar os cacos lânguidos na fonte
é maratona e a história se repete:

Para chegar sadio do outro lado
nem que a distância for para o horizonte
setenta vezes sete vezes sete!
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ESCRAVO DO ADEUS


Um lenço branco ao longe é uma constante
na solidão que eu mesmo construí,
escravo do meu ego ao seu talante;
verdugo da humildade que perdi.


No pensamento agora tão errante
vislumbro espelho frágil que parti.
Malgrado a juventude me acalante
macróbio em lassidão detenho aqui.


Foi tudo uma serpente intempestiva.
Fugimos em veredas dolorosas...
mas hoje estás feliz, muito bem viva.


Divides teu caminho com as rosas...
e eu somo à solidão a minha vida
multiplicando as mãos da despedida!
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HARMONIA DO OLHAR

Um mavioso som esparziu-me à mente
de repente, alucinadamente,
ao deparar-me no alarme do olhar
do teu mundo de olhar.
No ínfimo espaço do nosso íntimo
apenas o som das veias
que incendeias nas entranhas.
Uma canção acaricia
os nossos tatos dos olhos.
Latente harmonia
explode em êxtases...
e deparamo-nos no santuário
onde a pauta é infinita.
É o coral do suprassumo!
Ali mesmo se chega às estrelas!
Nossos corpos são nossos olhos!
Adentramos nas almas
e purificamos a eternidade!!
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quinta-feira, 3 de junho de 2010

TROVAS / DESPERTAR / CONDIÇÃO / PENSAMENTOS

São nos pequenos sinais
que a natureza diz tudo;
a indiferença jamais
ameniza o conteúdo!


Na fúria da roda-viva
no constante competir,
é o cansaço que incentiva
a parar... pensar... e agir!


Escrevo agora somente
sabendo estar solitária;
seu antigo remetente
tem outra destinatária!


Nossas almas tão unidas
num mistério sedutor
parecem que de outras vidas
já nutriam grande amor!


Se esquivas virando a rua
pensando fechar questão,
meu coração insinua:
esquina não tem portão!


Sinto até hoje a carência,
em noites tristes de inverno,
o rigor da paciência
no doce afago materno!


Nuvens brancas, passageiras,
ao vislumbrarem a terra...
com suas plumas ligeiras
fazem carícias na serra!

Ao som da noite uniforme
comigo a tristeza dança.
Enquanto a esperança dorme
a saudade não descança!

A trova é meu alimento
que me energiza na busca
da inspiração sem lamento
da nostalgia que ofusca.
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DESPERTAR

Nesta esfera conturbada
onde o tempo é açodamento,
o amor é flor digital,
auroras sem firmamento...
o poeta resvalando
vai tateando os resquícios
das cantigas de ninar...
vai juntando, vai formando,
e um anjo vai despertar!

Desenha um bosque florido,
redes e meditações.
Os arrebóis agradecem,
tecem elucubrações...
O poeta continua,
vai catando os pingos d'ouro
das cantigas de viver...
vai amando, vai criando,
para um novo amanhecer!

Assim é o ciclo da vida:
o amor é o cerne de tudo
nesta esfera conturbada
que forja um poema mudo...
mas os eflúvios são fortes;
não há vestígio que morra
nas cantigas de ninar...
a esperança fortalece
e um anjo põe a chorar!!
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CONDIÇÃO

É mais um dia, mais promessas, mais,
é sempre mais, às vezes muito pouco;
não sobram portos nesse espaço louco
de um mar de sonhos, metas e fanais.


A voz serena no alarido mouco
encanta ao canto solo em madrigais.
O meu querer é ver azuis reais;
gritar a paz mesmo que fique rouco!


Se ainda resta um rastro que norteia
a luz no túnel do espigão na areia,
a onda é breve e a clarabóia acena:


Eterna é a alma alvo nos clamores;
passam os rios como passam dores.
A vida é curta para ser pequena!!
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Todos os nossos atos são como tijolos: boa qualidade, construção sólida.
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Quanto mais reconhecemos nossos defeitos, mais aproximamos de nossas verdades.
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Em guerra de demônios todo santo é suspeito.
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O crescimento espiritual é lento e o material vento.
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A alma de bela imagem não carece maquiagem.
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O estadista vê o povo à sua imagem e não a imagem do povo.
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O respeito é a obra de arte mais perfeita.
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Absoluto é o legado da memória que não se dilui na história.
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Nas pequenas coisas, grandes detalhes. Nos grandes conflitos, coisas pequenas.
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A razão é o pensamento que grassa; a emoção, o vento que passa.
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Quanto penso na morte penso no tempo. Quanto penso na vida o tempo é ficção.
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Falar mais, menos, significa muito mais por menos.
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A profundidade da alma é o espelho da largura dos olhos.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

TROVAS / CARÍCIAS / INCONSEQUÊNCIA

Quando a mente se alvoroça
e vocifera no entulho...
arremeda uma carroça:
mais vazia... mais barulho!

Sei, nem tudo é um mar-de-rosas;
aprendi com teus carinhos;
as paisagens mentirosas
mostram rosas sem espinhos!


Deus ao criar a beleza
em tons modestos, suaves,
coloriu a natureza
na singeleza das aves!


Cada árvore cortada
por ganância, choro e vejo
menos uma revoada...
mais angústia ao sertanejo!


Alvorada...e um desalinho
numa cor acinzentada
mostra o vazio de um ninho
no silêncio da queimada!


Na leveza do carinho
de tuas mãos emplumadas
sinto ser um passarinho
nas brisas das alvoradas!


No silêncio da varanda,
caramanchão ressequido,
sinais de pés em ciranda
parecem não ter sumido...


Falsidade deixa brecha
na roda-viva que invade.
Quando o círculo se fecha
escancara-se a verdade!

A noite, em meio à ternura
da solidão que me abraça,
adentra em mim e murmura
que o dia bate à vidraça!
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CARÍCIAS

As nossas mãos nem se tocam...
e os olhos trocam dardos deslizantes
percorrendo nas veias lavas
e em nossos corpos leves
o suor lânguido, sereno.


A seda dos dedos nos envolvem
paulatina e ternamente
e os olhos cerrados e errantes
dizem-se nos pensamentos
os anseios fugazes então calados.


A eternidade do momento
paira nas carícias dadivosas
e a súplica intempestiva
delineia nossas peles, nossos nervos,
nossos atos e recatos.
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INCONSEQUÊNCIA

Andante em passos largos e faceira
no alvor da plenitude -- bem celeste --
a nuvem de repente, em tom agreste,
agita-se no tisne da fogueira.


O verde obliterado então se veste
de um breu que a brisa alisa passageira
e voa à toa e perde-se à fronteira
de um horizonte sem oeste... leste...


Floresta abaixo! Em troca de um futuro
que assombra e à sombra da incerteza jaz:
Inconsequência da pior receita.


Hoje recebe o que plantou... e o muro
lá permanece e a esperança... atrás!
Será que vai haver melhor colheita?

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sexta-feira, 7 de maio de 2010

SONETO ÀS MÃES/TROVAS E PENSAMENTOS

RIMA DIVINA

Quem é você, amor sem preconceito,
que nutre vidas, asas para o além
perenizar correntes para o bem
no vencedor porvir do mal desfeito...


Quem é você, imagem sem desdém
do amálgama fluídico no peito
do enleio que se abre no respeito
do anseio à paciência sem porém?


Eu sou aquele ser que tem o ventre
para que a vida nele se concentre
à caminhada em orbe que sublima.


No amor augusto a Deus, sem penitência,
removo pedras com benevolência:
Eu sou a MÃE que arrrima sem a rima!!

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G R A T I D Ã O


Muito obrigado, minha mãe querida,
por tudo que fizeste ao meu sucesso,
das contas do teu terço, sem medida;
do ventre ao patamar do teu regresso.


Teus quatro filhos choram a partida
porém a nova casa tem acesso
às vibrações de prece enternecida;
por isso aqui de ti não me despeço.


Cumpriste integralmente uma missão
de persistir família em união.
Ao teu sorriso a paz se descortina.


Nossa vida não tem ponto final:
Transpondo a realeza do portal
pertinho do Nenê... a dona Nina!!

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Homenagem à minha mãe, Antonia Xavier de Oliveira
*13-05-1921
+05-03-2010

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Criar filhos requer, sim,
muito amor, senão vejamos:
Construímos um jardim
mas das flores não cuidamos.


Para mesclar-se na lama
quem desconhece a serpente...
quinze minutos de fama
é o tempo suficiente!


Os nossos beijos ardentes
são frutos de encenação...
...e no camarim nem sentes
o aperto da minha mão!


Para iludir solidão
cantando falsos enredos
abraço o meu violão
passando as dores aos dedos.


Em virtude da maldade
não nascer com a pessoa,
virtude não tem idade;
é sempre uma coisa boa!


As flores do meu jardim
parecem eternas divas.
A idade do amor em mim
é a feição das sempre-vivas!


A falsidade é um verniz
com brilho artificial;
não remove a cicatriz
proveniente do mal!


Quando dobramos a esquina
da rua de nossa vida...
o que nos guia, ilumina,
é caridade assumida!


Se esta vida é uma passagem
cuidemos da passarela,
não cultivando a miragem
que a falsa imagem revela!


Olhemos atentamente
o lado bom da pessoa.
Coração fica dormente
se a razão dormir à toa.

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O estrelismo exacerbado é um presente que pode facilmente ser passado.
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A credibilidade de uma instituição abalada é uma tampinha numa enxurrada.
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A inspiração é o momento em que a sublimação oscula a humildade.
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Enquanto muitos tocam piano, a esperança de ouvir esperança não pode ter pausa.
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Quando o simples torna-se complexo, denota que os valores triviais perderam nexo.
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A mentira não precisa ser verdadeira para aviltar a verdade.
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Permitas que te coloquem asas e sentirás o peso das alturas.
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A meditação é inimiga da contradição.
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Conhecendo ou não, respeite. A crítica só é válida quando o conhecimento é respeitado.
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Social considerado como tal, demagogia é mera utopia.
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O desdém às pequenas e úteis coisas preconiza a extinção do veio que formará o rio
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A queda de um muro pode ser um divisor de águas ou multiplicador de pedras.
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sábado, 1 de maio de 2010

"TRABALHO!!"

PRIMEIRO DE MAIO



Olhando o calendário fico pasmo:
Que maravilha de nação feliz!
...E ao ver as folgas com entusiasmo
lembro das malas: nossa! Nem desfiz!


E num enlevo a remedar orgasmo
vou planejando: e agora, meu país?
Em qual lugar esquecer o marasmo
do meu trabalho que nada condiz?


Conto nos dedos os dias faltantes.
Se é feriado na terça ou na quinta
falto na sexta ou segunda e bem antes


que outro espertinho na frente desminta
fico doente de espirro por nada.
Vejo-me a postos: mais uma jornada!!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

TROVAS/ATRAÇÃO/CAUSA-EFEITO

Se a flor em um simples verso
já nos dá mil alegrias,
a primavera é universo
que acalanta mil poesias!


Como será o horizonte
que a natureza reclama...
se a água ao sair da fonte
recebe abraços da lama?


O ipê floresce no inverno;
chuva esparsa no verão;
amor e abraço fraterno
aquecem toda estação!


Tudo tem razão de ser;
a natureza é perfeita.
Para sempre irá colher
bons frutos quem a respeita.


O desnudar do arrebol
renova as vestes do dia;
ganha carícias do sol,
o tecelão da magia!


No meu sertão a quietude
das flores me deixa mudo...
E a fonte de juventude
dentro de mim... aqui é tudo!
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A T R A Ç Ã O


É mais fácil ser bom do que ruim.
A bondade moldura os pensamentos
que emudecem os laços dos lamentos
atraindo os eflúvios de um jardim.


Ser ruim é assentir aos maus momentos
impedindo que a alma diga sim
à beleza da paz, nobre, sem fim;
é afogar-se nas teias dos sedentos.


E se a culpa caminha à estrada estreita
carregando os espinhos por colheita,
os espinhos protegem linda flor...


...que exalando o perfume redivivo
enaltece o vergel evolutivo.
Como é fácil ser bom: atrai amor!!

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CAUSA-EFEITO

I

Quando a fonte
afina com a ponta
a ponte
não desaponta
... e o monte
não perde a monta.


Quando a chama
afina com fanal
a fama
foge ao banal
... e a lama
perpassa ao mal.



II

Quando o monte
afina com banal
a ponte
é o vertical
desmonte
nas pás de cal.


Quando a fama
se enrosca pela conta
a chama
a paz desmonta
... e a lama
ao breu aponta!!
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quinta-feira, 15 de abril de 2010

TROVAS/SONETO/PENSAMENTOS

Pessoa que vangloria
fortuna por ser bem “vivo”
aumenta a moral vazia
agindo em diminutivo.


É na hora da verdade,
disfarce postado ao chão
que o mesquinho tem saudade
quando tinha coração.


Para “gregos e troianos”
beberem da mesma taça...
se for preciso mil anos
de entendimento... que o faça!


Os meus brinquedos de infância
à lembrança não têm fim
na criança sem distância
a sonhar dentro de mim!


Bom marinheiro não teme
o açoite dos temporais...
A sabedoria é o leme
que norteia sempre ao cais.


A fé tem luz invisível
que brilha no coração
iluminando o possível
no caminho da oração!


O espinho protege a flor
pelo encanto do perfume,
todavia fere o amor
com venenos do ciúme.

Papel de carta, calado,
grande amigo confidente
que leva para o outro lado
as linhas que a ausência sente!
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C O N Q U I S T A

Foi por você feliz que fui além.
Aprendendo a crescer cheguei mais perto
da humildade silente e ao peito aberto
às agruras do tempo e do desdém.

Jamais pensei que um dia fosse inserto
à minha veleidade um simples bem
gerado nessas buscas que contêm
um misto de universo e de deserto.

Desprendi-me total e com certeza.
Pela felicidade dividida
nossa paixão ficou consolidada.

Por mera indicação da natureza
eu me encontrei no plano da subida:
E por você feliz quero mais nada!!
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Bauru, 30.01.2003
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===========================

O tamanho do mundo afere-se pelo tamanho das pessoas.
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O silêncio é o maior incentivador das palavras.
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Evolução e dimensão divina são eternamente proporcionais.
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O veneno é mais danoso quando se expressa e não quando se ingere.
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Ascensão sem embasamento é rojão no firmamento.
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Autoafirmação é a atitude de beber água sem ter sede.
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Somos tão frágeis que se não estivéssemos aqui de passagem nada teria sentido.
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Ao deparar-se com um gigante não é plausível concebê-lo como tal; pode ser um bebê, ainda.
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Os maiores quebra-cabeças são aqueles que não foram quebrados no tempo propício.
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O preço da arrogância é o esfacelamento do ego.
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Subsistência contumaz da teoria... resistência voraz da hipocrisia.
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Menos políticos plantonistas... mais ensejo aos estadistas.
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Quando aplaudirem todos os seus pensamentos, pense melhor antes de sorrir.
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Se o dinheiro fala mais alto a dignidade está sujeita ao silêncio.
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quinta-feira, 8 de abril de 2010

D I V E R S O S

Demorei para crescer...
Valeu a pena lutar.
Toda luz do alvorecer
renasce bem devagar!


Que o nosso amor não se estrague
por chispas de lero-lero;
caminhos em ziguezague
no final dois...igual zero!


Poeta que forja rima
sem os passos da paixão...
pensando que está por cima
não passa mesmo é do chão.


O tempo é pluma ou agreste;
incansável peregrino
que a nossa estrada reveste
de humildade ou desatino.


Seja qual for a colheita
volta os olhos para o céu;
o que vem de Deus... aceita.
Esse é o meigo tabaréu!


Até espaços têm sentido
quando a poesia é completa
do silêncio ao alarido
no coração do poeta!


O velho maestro chora
junto ao coreto da praça
pois a retreta de outrora
é de um tempo que não passa!


Somente o trabalho faz
das veredas, avenidas
pavimentadas de paz...
ornamentadas de vidas!
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A FACE DA SEMENTE

Desejo sublimar nosso passado;
louvar as tempestades superadas;
beber o eterno amor a nosso lado
em gotas de saudosas madrugadas.


Os gestos de ternuras ensaiadas
perpassam nosso leito derramado
no suprassumo das horas paradas;
na incandescência do suor cansado.


Uma semente apenas... o bastante
para acalmar os dardos dos anseios
de noite aberta no perfil amante.


E germinou suave na saliência
do ventre abençoado os nossos meios
à mais sublime face da inocência!!
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Tudo que á fácil e perto pode ter preço incerto.
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País de parcos arranjos carece de muitos anjos.
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A perenidade se manifesta no minuto de reflexão.
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O estadista é escravo do futuro; o populista, algoz do presente.
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O represamento é o chão no teto do pensamento.
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A cura simplesmente pela geleira da técnica não é tão saudável quanto à mescla do calor humano.
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Faça às pequenas o mesmo às grandes coisas. Dimensão subjetiva é ilusória.
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Hipocrisia é a triste arte de subtrair a razão da razão.
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Rancor é o espinho que arranha a alma.
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Humilhar o próximo é ostentar o orgulho por duas vêzes.
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Mais saudável é conviver com inimigos do que com insensíveis.
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A locupletação pode ser irmã da falácia e mãe da miséria.
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Você não sendo aquele que desejam, não deseje sê-lo para não perdê-los.
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Escalar a fama por caminhos que não o da competência é ganhar o virtual e perder a gerência.
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Quando a solução estiver em tuas mãos, estende uma delas ao teu coração.
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Ouvindo tudo o que falamos, silêncio é mero detalhe.
------------------------------
Atribuir culpa ao estigma é mais cômodo que exercitar o discernimento.
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Se a nascente dessedentar meia dúzia, o tempo encarregar-se-á de fazê-lo a meio milhão.
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sexta-feira, 2 de abril de 2010

TROVAS/SONETOS/POESIA

Nossas almas em pedaços
se uniram por desatinos,
pois são também de fracassos
que se lapidam destinos!


Pela cortina entreaberta
eu noto que a nostalgia
é a minha platéia certa
numa poltrona vazia...!


Onde águas passam, folhagens
agradecem verdes, belas...
E aos pintores as imagens
dão mais vida às suas telas!


Não há sorriso que emplaque
na comédia dessa vida
se na ironia da claque
qualquer verdade é escondida!


Tua mão quando desliza
no meu rosto preocupado
tem a carícia da brisa
soprando um corpo molhado!


Folhas abertas à vida...
quanto saber espalhado!
Quanta esperança perdida
contém um livro fechado!!


ÊLE que tudo conduz
na sábia e eterna medida,
à estrela do céu dá luz
e à estrela-do-mar dá vida!


Da verdade não sou dono
mas dou razão às quimeras;
toda fortuna de outono
é o fruto das primaveras!
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À LÁGRIMA

Quando a esperança acorda um sonho leve
e o som da natureza se aprimora;
penumbras do passado vão embora
e o toque do relógio não se atreve...


Quando o aperto de mão à paz aflora
e a dúvida do amor torna-se breve;
o gelo da pintura vira neve
e o justo com justiça não demora...


Ressurgem as latentes pradarias;
os olhos não se enganam com a fala
e a liberdade enfim mais aparece.


Tertúlias fraternais noites e dias
lapidam o poeta que se exala
e à lágrima fervente desfalece!
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MEU NOME

ÁGUA, que malgrado escolhos
flui desprendida ao mar
onde horizontes perenes
convidam a colimar;
onde a brisa é o braço amigo
que levemente a um abrigo
leva a mente a meditar.


ALMA, que não teme os ritos,
tabus, muralhas ou setas,
onde as cantigas perenes
convidam novos poetas;
onde a lágrima é sentida
lá dentro da própria vida
no fulgurar dos ascetas!


ASAS, sem peias ao norte
nos ares das sementeiras,
onde as palavras não calam
amarguras das fronteiras;
onde o sinal da pureza
restringe qualquer nobreza
das alas não verdadeiras.


Sou a porta sempre aberta
aos caminhos da verdade.
Inimiga do silêncio
a minha voz sempre invade
a convenção que reclama
maior dosagem da chama:
O meu nome é L I B E R D A D E !!

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quinta-feira, 25 de março de 2010

DIVERSOS

Se massa tem pouco cimento, o tempo será testemunha do lamento.
........................
As arestas existem para os aparos e não para as aparências.
........................
Quanto mais distância do espírito mais proximidade do conflito.
........................
A função dos números é para servir e não para serem perseguidos na servidão.
.........................
Dois falidos em discussão equivalem a dez gralhas perdidas.
..........................
A peneira e o sol são os melhores amigos da verdade.
..........................
O descobridor de roda é um péssimo leitor, ouvinte e informante.
..........................
A protelação do agora é o agora do ontem perdido.
..........................
Enquanto existir incautos haverá falsos arautos.
...........................
Toda crise tem o lado positivo: explicita as mazelas da corrupção, da incúria e incompetência.
..........................
Os extremos não planejados são o resultado dos meios mal traçados.
=========================================
=========================================
De Henri Poincaré:
Duvidar de tudo ou acreditar em tudo são duas soluções igualmente cômodas; ambas nos dispensam do trabalho de pensar.
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De Emmanuel:

A ciência é luz.
A filosofia é trabalho.
A religião é amor.

A luz esclarece.
O trabalho aperfeiçoa.
O amor santifica.

Com a ciência experimentamos.
Com a filosofia concluimos.
Com a religião edificamos.

A luz sem trabalho e sem amor pode reduzir-se à beleza inútil.
O trabalho sem amor e sem luz pode ser mera perturbação.
O amor sem luz e sem trabalho pode converte-se em egoismo fanático.

A ciência, por isso, é senda de progresso.
A filosofia, por essa razão, é estrada para o conhecimento.
E a religião, por esse motivo, é caminho para a sublimação.
A luz exalta a inteligência.
O trabalho enriquece a razão.
O amor diviniza o sentimento.

Com a ciência o homem descobre a casa em que nasceu para a imortalidade, com a filosofia, aprende a viver e com a religião desenvolve as próprias asas que o transportarão à excelsitude imperecível a que se destina.
Façamos, assim, de nosso roteiro espiritualista, com Jesus, o templo vivo, em que a ciência seja cultivada, em que a filosofia se erga em altar de nosso respeito e em que a religião seja alimento de cada dia em nossos pensamentos, palavras e ações.
E, alicerçados nessa trilogia de valores universais, estejamos convictos de que faremos de nossa fé o santuário sublime que nos conduzirá do mundo renovado aos Eternos braços de Deus.
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Termino meu jogo agora
mesmo com placar zerado.
Jamais eu joguei por fora;
perdi... ganhei... fui honrado!


Sensibilidade extrema
é tocar de leve na alma
com a pena de um poema...
e logo a angústia se acalma!


Viver hoje intensamente...
um dia de cada vez.
Cada dia uma semente...
trinta sementes por mês!


Considero fugitivo
aquele que não tem calma
levando o corpo aflitivo
a correr mais que sua alma.


Não tendo repercussão
a hipocrisia nos dá
verdadeira pulsação
De um eco "blá! blá! blá! blá!"!!


O mundo inteiro...que importa
o poder que se desfaz?
Além da terra, uma porta
aos humildes pela paz!


Desperta, poeta, a esperança
na luz que o mundo precisa
embalando na criança
os ares que fazem brisa!
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RESSURREIÇÃO


O amor chegou, sentou-se à farta mesa.
Pensou que ali vivia o seu abraço
porém ouviu palavras ao espaço
- lamentos no vazio da incerteza.



O orgulho sério sempre no pedaço
maior, mais firme e sem qualquer fineza
abriu a porta à sádica esperteza
deixando entrar a glória do fracasso.



A farta angústia enfim, no desencanto,
tocou no amor, pediu a paz, no entanto,
além da paz ganhou um ar de aclive.



E assim as mãos se uniram sob a luz
do amor, pela humildade que seduz
e sendo eterno e terno sobrevive!

quinta-feira, 18 de março de 2010

V I A G E M

Ganho momentos da vida
para recordar momentos
que minha infância querida
legou aos meus pensamentos.

Infância da ingenuidade,
dos planos mirabolantes
de conquistar a cidade
e mudar o que era antes.

Infância bola-de-gude
entre os dedos tão certeiros;
o êxtase da virtude
atravessando os bueiros.

O taco no pega-pega,
balança-caixão e pique,
passa-anel e cabra-cega,
estilingue e piquenique.

Matinê e amarelinha,
lobisomem e sacis,
roubar manga da vizinha,
sempre escapar por um triz.

Mocinho e vilão, ciranda,
jogar pedras no telhado,
caminhar atrás da banda,
fincar os pés no molhado.

Esconder a nota baixa,
brigar por qualquer motivo,
fazer brinquedo de caixa,
se esbaldar no morto-vivo.

Sujar a roupa sem dó,
escalar o jatobá,
encher a casa de pó,
confessar o que não há.

No carnaval bater lata,
soltar pipa no campinho.
O resmungão que maltrata;
carrapicho, prego e espinho.

Perna-de-pau no palhaço
anunciando na rua...
quem tiver nervos de aço
vai ver homem que flutua.

Nas férias, o carrossel,
e as arapucas no mato.
No natal, papai-noel;
o presente no sapato.

As trancinhas da menina,
calças curtas do menino,
olhares soltos na esquina,
o sorriso pequenino.

Ser craque de futebol,
vingar-se do grandalhão:
__conquistar lugar ao sol
e a força do medalhão.

Aquele dente-de-leite
a chuva tirou do teto,
boneca virou enfeite,
espinha no rosto é afeto.

O pensamento maduro
põe os pés no chão agora;
pela porta do futuro
linda infância foi embora.

Oh! infância viajante
onde o céu era o limite,
hoje é um mundo tão distante...
não há fase que a imite.

Oh! infância da pureza
angelical, saudosista
de sonhar sua beleza
que minha alma não desista!

Quem viveu a plena infância
sabe do que estou falando.
Lembrá-la encurta a distância
e esquece o mundo nefando!!
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OBS.- Da antologia "Quando vierem as rosas" 2009 UBT Seção de Bauru.
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quinta-feira, 11 de março de 2010

TROVAS/REDONDILHA MENOR/SONETOS

Nossa vida é uma represa
que dá vazão à alegria.
Se fechá-la, com certeza,
transborda-se em agonia.


Coloquei um pedacinho
do coração para fora...
veio você de mansinho...
inteiro levou embora!


Quem desconhece harmonia
tem no coração, latente,
o som da canção sombria
num compasso de poente.


O amor mais puro do mundo
é de uma rima tão fácil...
Singelo, em solo fecundo,
é o ponto da flor mais grácil!


Esperei que refletisses
para mudar teus conceitos...
mas quem reflete tolices
reflete os mesmos defeitos.


Ambições desmesuradas,
conflitos, almas dormentes
__virtudes não cultivas...
valores nobres latentes__


A estrela muito invejosa
apagou-se antes do dia
ao ver a lua na rosa
pelo orvalho que caía...!

A coruja atenciosa,
esquecendo à presa o açoite,
paralisou ante a rosa
que encanta também à noite!!
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ELUCUBRAÇÃO


Igual ao início
de alegre ventura,
eu rogo à ternura
seu dom de sonhar
e assim vem a fada
na alegre brancura...
me envolve em sua aura
qual brisa do mar.

Me ajeito no colo
da ânsia contida;
parece que a vida
descansa no verso
que esparze canções
na pauta medida
da senda dos olhos
à paz do universo.

Num brilho de seda
desliza meu pranto
no abraço do encanto
e a alma enobrece.
As mãos em compasso
das veias, no entanto,
dão claras vidências
nos sons de uma prece.

Palavras vagueiam
e pousam aladas
e os cantos das fadas
me elevam presente
no seio das vestes
das sãs madrugadas
e auroras desnudas
cobrindo o poente.

E assim do remanso
eu faço a poesia
que dá alegoria
à busca do sonho;
me ajeito no colo
da paz que irradia
o brilho nos olhos
e ao riso me ponho!

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F A M A


Porventura o sucesso à sua porta
apontar a emoção da liberdade...
abra os braços ao braço da humildade
com os olhos à luz que lhes comporta.


Lembre a fama que faz uma amizade
com a mente na faina que se aporta;
toda febre de encômio sempre importa
nas invejas do riso em falsidade.


Nos seus passos vigiam suas roupas.
No seu tempo, que as horas já são poucas,
muito espaço que o ego não domina.


Siga em frente consigo no domínio
refletindo na esteira do fascínio
pois calçada de glória tem esquina!
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P O E T A

O poeta, vetor da porcelana,
é o arauto das dores e janelas.
Suas veias, refúgio das procelas;
coração, a ruína da pantana.


Ele é o misto dos olhos sem cancelas
com murmúrios que ouvido não se engana.
E na busca da força sobre-humana
sorve o brilho das auras e aquarelas.


Sonha grande e maior é a plenitude
do caminho perene da altitude
em limite de céu, seu companheiro.


Mente aberta aos meandros das mensagens;
mãos dispostas aos versos das miragens...
Eis o vate das asas hospedeiro!!

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domingo, 7 de março de 2010

M U L H E R

No dia internacional da MULHER, uma singela homenagem a quem dirige as nossas emoções na sutileza peculiar de artista, conquanto todos admiram sua obra.
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As forças que dão coragem
Não agem a um ser qualquer:
São virtudes com imagem
estampada na mulher.

A mulher é igual aos lírios
pela sua natureza:
Aos olhos, ternos colírios
a clarear a beleza.

Uma mulher de verdade
simplesmente é poderosa:
Vence os espinhos da idade,
ganha os encantos da rosa.

Era uma vez uma flor
que em mulher se transformou.
O jardim ganhou amor
e a mulher mais flor ficou.

Quem gera a vida tem alma
para o que der e vier.
É o mundo a girar na palma
da mão forte de mulher.

A flor beija a natureza
com sua espontaneidade.
Mulher exala beleza
Na sua simplicidade.

Venceu muitos preconceitos:
Não foram lutas quaisquer.
E se hoje ela tem direitos
é porque é forte e mulher.

Do poeta ao general
a sua figura encanta.
Mulher, a musa imortal
que a natureza acalanta.

O tempo abriu a cortina
e o passado emudeceu.
Cresceu a mulher-menina...
e o mundo também cresceu.

Mulher, não és diferente;
não és deusa, nem escrava...
mas tens um ar competente
que mil corações desbrava.

A vida tem seus abrolhos...
Não é uma força qualquer
que ilumina nossos olhos
a não ser os da mulher.
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quinta-feira, 4 de março de 2010

MUSICA/PENSAMENTOS/TROVAS

A MÚSICA - FORÇA E LINGUAGEM

Autor: Professor Augusto Lourenço Costa.
(Associação de defesa do patrimônio histórico e cultural do conselho de Almeirim-Portugal)
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A universalidade da música é uma constante e uma marca forte em todo o universo. Estamos rodeados de sons, silêncios e ritmos!
Tudo no universo vibra, como numa corda em movimento. Tudo é música, dizem-nos Platão e Aristóteles.
A música acompanha a vida humana, do nascer ao morrer, nas mais variadas circunstâncias. A musicalidade do povo manifesta-se pelo cantar e dançar.
Ela é algo de objetivo e subjetivo. Os sons despertam em nós vários afetos, como tristeza, alegria, festa, divertimento, amor, luta, contestação, guerra e paz. O canto, na verdade, interpela as pessoas a cada momento, não deixando ninguém indiferente.
A força da música é impressionante! Atinge-nos, no mais íntimo, provocando inúmeras emoções.
A música entusiasma, celebra, festeja, mas também pode anestesiar e alienar. Ela é fonte de harmonia e de relaxamento, podendo ser uma terapia importante.
Nietzsche diz que a vida sem música seria um erro. E Santo Agostinho diz-nos que ela é um sorriso do espírito e quem canta é próximo de quem ama.
A música abre novos caminhos de diálogo. Abre-nos aos mundos interior e exterior, contendo elementos afetivos e educativos. É um veículo de comunicação e de comunhão, transportando-nos ao transcendente.
A música é uma dinâmica, uma vivência, um estado de alma, é harmonia. Enfim, é uma sinfonia
aberta e envolvente
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CONCERTO ETÉREO

De onde vem esse som que me alucina
em vibração sutil de violino
rompendo o meu clamor tão pequenino
diante à vastidão tão pequenina?

E no contraste as veias de menino
agitam as facetas de menina.
A simbiose às pautas mais afina
e ao êxtase do canto mais afino.


Elevo o enlevo e louvo a luz às loas;
a Deus, somente a Deus, causa primária;
ao tempo que tempera a paciência.


E no compasso os passos das pessoas
fraternas na imanência refratária
afluem às cadências da influência!
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I N S P I R A Ç Ã O

Ao longe o casarão adormecido,
refúgio de sonoras nostalgias,
ecoa, num lampejo, melodias
que pairam, esparzidas, sem sentido.

Os sons das uniões de algaravias,
buscando modelar no meu ouvido,
parecem desenhar quadro esquecido
nas pautas de diletas sinfonias.

Na sintonia fina então repouso
em pranto sincopado ao refrigério.
O enlevo de voar se faz presente.

Cantar a realidade aqui não ouso.
Ao longe o casarão sempre é um mistério;
é a inspiração que pulsa tão fremente!

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O desperdício de tempo com o inútil aumenta o espaço entre os neurônios.
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No antagonismo entre mentirosos o resultado é simplesmente zero.
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A poesia é o som de nossa alma. Saibamos auscultá-la para ouvir-nos.
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Povo alienado, povo sacrificado.
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É mais fácil alimentar um milhão de formigas do que um gigante de um milhão.
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O poder é objeto de sedução. Sedução pode ajudar muitos, poucos, ninguém.
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A sobrevalorização de quem não a merece tem sido palco de inúmeros canastrões.
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O exercício da amnésia é o maior problema que muitos políticos gostam de resolver.
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A maneira mais cômoda de livrar-se de um "louco" é rotulá-lo de louco.
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Não subestime a inteligência mesmo conhecendo o próximo, pois esse conhecimento limita-se ao que os outros têm de você.
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Os ídolos de barro não vislumbram horizontes pois ignoram as pontes.
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Os melindres são maiores quando as cabeças são menores.
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O poeta é um escultor de idéias, pintor de emoções e arquiteto das cadências.
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O rosto é o espelho da alegria, vetor da tristeza e caricatura da hipocrisia.
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O mérito tem cobrança e cobrança não tem rosto.
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TROVAS

Uma rede na varanda...
luz prata do lampião...
Paz e amor dançam ciranda
cercando o caramanchão!


Saudade... versos e prosas,
cantiga mais entoada.
Entre os espinhos e as rosas
é a solidão perfumada!


Lamento entrever a paz
no turbilhão de joguetes...
Se inerme, passível, jaz
nas mesas dos gabinetes.


Uma amizade sincera
que tem mais brilho na vida
é cobrir de primavera
o outono da despedida!


Que importa fama, dinheiro,
palmas, pedidos de bis...
se daria o mundo inteiro
para um dia ser feliz!


Guardo profundas pegadas
cheias de afetos.. feridas...
___alegrias das chegadas
e prantos das despedidas!

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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

HOMENAGEM - II

AOS AMIGOS

Quantos amigos queridos
encontrei neste pedaço.
Os tempos auriluzidos
ressuscitam farto abraço

provando que a vida é bela;
distância, curta demais.
Surge alegria na tela
em lembranças imortais.

Sejam bem-vindos, irmãos;
este espaço é todo nosso.
Unamos as nossas mãos...
eu desejo e sei que posso

disseminar meus carinhos
em palavras de incentivos.
São iguais nossos caminhos
na eternidade de vivos!!
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AOS QUE PARTIRAM

Os nossos entes queridos
que partiram para o além
jamais serão esquecidos;
nãos nos esquecem também.

Leve pranto de saudade
refrigera o nosso enlace.
Uma brisa nos invade
e a esperança então renasce.

Detenhamos conformismo;
o futuro nos espera.
Ausência não é abismo;
presença não é quimera.

Elevemos para o céu
orações para o conforto.
E quando subir o véu...
é ver: ninguém está morto!!

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TRIBUTO AO POETA


Doutor Miguel, tens o potencial
de Lupicínio, na facilidade
em burilar palavras ao fanal
pondo mais luz à tênue claridade.


Nas linhas afinadas de um coral
as letras tecem espontaneidade.
E tudo isso num tear normal.
Pano de fundo: sensibilidade!


Senhor dos sons suaves, sementeiro
dos lírios ao lirismo luzidio;
das pérolas perenes, peneireiro.


O tempo caudaloso do seu rio
jamais se apagará no imenso mar
pois sempre existirá o verbo amar!

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Bauru, 14 de julho de 2009.

Obs. Ao Dr. Miguel Russowsky, um dos maiores sonetistas do Brasil, falecido em 03.10.2009

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P R E S E N Ç A

Após tua partida, meu bom pai,
o ar de nossa casa continua
com o mesmo perfume que não sai...
e que nossa lembrança perpetua.

A poltrona vazia ainda é tua;
reluz a imagem que jamais se esvai.
Esta saudade angelical atua
numa alegria que um bom sonho atrai.

Partiste, sim, mas para sempre não;
nossos laços jamais se romperão;
a tua luz é essência de um fanal.

Se esta distância não existe agora,
por que partiste se não foste embora?
Partiste não! O espírito é imortal!!

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Ao meu pai, falecido em 04.07.2007 às 5h. 45m.

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O AMANHECER DA ESPERANÇA

Quando a esperança dorme em plena aurora
fico pensando... o que será da vida:
---corpo dormente ou alma entorpecida.
(indiferença que a penumbra adora)

As flores refulgentes da avenida
em sendas se dissolvem sem demora;
a brisa breve em lágrima evapora
a dádiva em delírio amanhecida.

Sem esperança nada tem sentido.
O amor maior é o céu ao mar unido;
universo de abraços fraternais.

Se a estrada é longa e a dor é consistente
DEUS nos anima em paz onipresente:
sem esperança amanhecer jamais!
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A Munir Zalaf, quando do lançamento do seu livro "LÁ FORA" em 25.10.2007

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

H O M E N A G E N S

O PORTAL DA NOGUEIRA

A neve a reluzir nesta paragem,
lembrança de um passado alvissareiro,
traduz o empenho forte de um obreiro
na lida ladeada de coragem.


E paulatinamente o mensageiro
da paciência e fé fez a viagem,
da juventude ao topo da passagem,
a burilar porvir de sementeiro.


Argêntea luz adorna seus cabelos
haurindo o corolário dos desvelos,
a dádiva que o fez um bem fraterno

por adotar a prática primeira
cuidando das raízes da nogueira
Às NOZES RESERVADAS AO INVERNO!
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A Vânia Figueiredo, quando do lançamento do seu livro "NOZES PARA O INVERNO', 21.11.2008
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AMOR EM TEMPO DE INVERNO


Um novo sol luziu a juventude
dormente no meu ente inerte e mudo:
Amor! Sempre acordado na quietude
que o tempo não derrama o conteúdo.

Um novo abrigo à simples atitude
de haurir o entusiasmo não é tudo:
O afago perenal não mais ilude
e aos olhos de neófito não mudo.

Os nossos corpos vibram novas eras.
O espelho não esconde primaveras
do verdadeiro amor por ser eterno.

Amantes de carinhos sublimados,
a frialdade é a mente dos passados!
E por que não amar à luz de inverno?

João Batista Xavier Oliveira
Bauru, 13 de abril de 2009
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A Vânia Figueiredo, a um dos capítulos do seu livro "NOZES PARA O INVERNO"

H O M E N A G E N S

ZILDA ARNS

Missionária do sorriso;
exemplo de confiança.
Brilha mais, no paraíso,
uma estrela de esperança...

...a refletir nesta terra
num legado nobre, forte,
a paz, que à fome de guerra
sacia evitando a morte.

Plantaste a semente certa
na seara ressequida
permitindo porta aberta
ao futuro de mais vida.

Crianças, velhos, sorrindo
no amparo do seu labor,
comprovam o quanto é infindo
o corolário do amor!!
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TROVADOR

Trovador é o arquiteto
que no seu pequeno espaço
faz das estrelas seu teto
e do céu o seu terraço!

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FUTURA MAMÃE

Na saliência do seu ventre
quanta promessa... esperança...
Que a luz do amor se concentre
na vida dessa criança!
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M Ã E

Um dos milagres celestes
enquanto a vida germina
é nossa mãe com as vestes
da Providência Divina!
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ENFERMEIRO(A)

No alvor do seu uniforme
mais parece anjo da terra
velando a dor que não dorme
em tempo de paz... de guerra!
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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

PENSAMENTOS/TROVAS E SONETO

Havendo ferramentas para o conserto não há como evitar mãos para fazê-lo.
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Criar uma lei não é tão difícil quanto inserir adequadamente as letras às palavras.
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O silêncio é o maior inimigo do preconceito.
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O fanatismo é exacerbação do medo.
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Nossas brigas infantis
São audácias perigosas
Que resvalam por um triz
Entre os espinhos e as rosas.


O céu por ser infinito
Milhões de versos induz
E na tua ausência, aflito,
Meu poema não tem luz!


Sublime na doação
O espírito nos conforta.
De quem não estende a mão
A fé sem obras é morta!


Eu me rendo a essa insistência
De viver sem esperança;
Bate à porta a desistência.
Quem espera não alcança!


Ninguém é mau por inteiro;
Sempre um bom resquício tem.
A fruta do limoeiro
Faz bom refresco também.


Enquanto a lâmpada acesa
Permanecer por um fio...
Ainda resta a certeza
De um coração luzidio!


Nossos beijos no começo
Davam para estralejar...
Hoje vivemos o avesso
Num triste e singelo olhar!

E S P E R A N Ç A

Onde estão as verdades embutidas
nas mentiras das luzes acintosas
pelas verves sagazes, desairosas,
verdadeiras nuanças bem urdidas...?



Se os perfumes fugazes dão às rosas
fluidos nobres que encantam nossas vidas;
perpetuam em rimas coloridas
as poesias nas almas venturosas...



Vale a pena enxergar a realeza
com as mãos ansiosas sobre a mesa
deslizando palavras numa prece



porque o sol para todos é justiça
pois mentira da sombra foge à liça
se a verdade é fulgir como parece.
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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

EDUCAÇÃO/CREPÚSCULO/ESTADISTA

Fato que não me consola
nos atos de corrupção:
quando se fecha uma escola...
edifica-se prisão!
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Escrever precariamente
sem ao menos escandir
é desenhar a corrente
que impede de evoluir.
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Um povo letrado cabe
em qualquer parte do mundo.
Aquele que estuda sabe
ir mais longe e mais profundo.
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Nesta era de internet,
de chips e miniaturas
somente ao saber compete
vencer nas vidas futuras.
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Asas do conhecimento
que elevam à liberdade
é eternizar o momento
que forma a tez da verdade.
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Tempo, melhor professor,
que nas leis de causa e efeito
revela que o grande amor
cobre as faltas do defeito!
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CREPÚSCULO



À tarde bocejante no cenário
plangente o sol despede-se do dia.
Ecoa sibilante nostalgia
num canto o canto altivo do canário.


Sonora à rede em pausa de harmonia,
parece que a saudade é itinerário
levando uma cantiga em tom sumário
aos tempos juvenis que irradia.


Canário mudo agora eu sei de cor
as pautas que o passado ora solfeja
compassos em meus passos sonolentos.


É tarde e bocejante em som maior
minha alma agora canta a paz que almeja
qualquer cantante dos áureos momentos!
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O estadista age sempre com inteligência; o inteligente nem sempre como estadista.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Trovas, soneto e pensamento.

Um raio de luz somente
bastaria que a esperança
revigorasse a semente
na terra que o amor alcança.
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Muita gente preocupada
não conter as calorias...
com a sua alma gelada
foge das periferias!
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O dom do perdão desperta
a esperança então contida.
Renascer é a porta aberta
às causas nobres da vida.
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Souberam dizer não... sim...
mostrando o mundo sem véu.
Os meus pais são para mim
um pedacinho do céu!
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São os cuidados dos pais
que molduram nossa vida.
Laços eternos jamais
se perdem na despedida.
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Se a vitória é consequência
dos degraus da falsidade,
os valores da aparência
jamais provam dignidade!
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Tépidas mãos conduzindo
mãos carentes e cansadas
mostram o mundo mais lindo
com luzes nas caminhadas.
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P E N S A M E N T O S

Não há na atual era, regime de governo espetacularmente perfeito. Algures, um delineamento com peças ainda a ser postas ou repostas. Alhures, peças desarmônicas, fora de lugar, sem polimento.
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S O N E T O

M A L G R A D O
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O tempo está perdendo consistência;
pessoas mal conseguem meditar;
o frenesi, filhote da ciência,
lugar-comum, qualquer seja o lugar.

É a nova era, a febre da existência,
vendendo tudo, até a luz do luar!
E mais distante a luz da Providência
ao livre-arbítrio brilha sem parar.

Como é pequena a vida que se encerra
na plenitude fria da alquimia;
na inexorável sina de uma guerra...

E mesmo assim, MALGRADO a algaravia,
os nortes fazem parte desta terra;
auroras prenunciam outro dia...!

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