quinta-feira, 16 de junho de 2011

TROVAS / SONETO E SONETOS HOMENAGEM

DEIXE-ME VIVER

Mamãe, eu quero viver;
pedi para retornar
e procurar evolver
no seio de um simples lar.

Não se culpe constrangida
por um ato intempestivo;
o mais importante é a vida;
eu, no seu útero vivo!

Sinta com delicadeza
no seu ventre o movimento
e agradeça à natureza
esculpir o seu rebento.

É uma dádiva divina
ter minha vida em você.
Não descarte na latrina
um ser que sente... que vê...

Imagine o meu futuro
a seu lado, vencedor,
com seu caminhar seguro
cumprindo a sina do amor!

Pense em seu corpo cansado
precisando de um abraço;
eu caminhando a seu lado
a proteger o seu passo.

Mamãe, alimente a aurora
em mim tão frágil, indefeso,
para quando for embora
não carregar nenhum peso!
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Um grande amor é igual planta
pois cresce sem ser notado.
Diamante somente encanta
depois de ser lapidado.

Busquei na vida sentido
para compreender meus ais:
um grande orgulho contido
e amor pequeno demais!

Anos dourados, orquestras,
rostos colados, penumbra,
voltas em passadas destras...
o meu passabo vislumbra!

Procurei na vida um jeito
de viver que me incentiva:
no jardim, amor-perfeito;
na esperança a sempre-viva!

Após a invenção da roda
apressa, numa rodada,
parece que virou moda
na roda-viva enrolada!

A alegria despertava
quando a porteira se abria.
Hoje aberta... sem a trava...
só transita nostalgia!

Parece um sonho e me espanta
nosso amor tanto expandir.
A felicidade é tanta
que receio até dormir...

Um pequeno gesto basta;
pode mudar uma vida:
__o instante que a mão se afasta
de outra mão na despedida.
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CONSCIÊNCIA

Insisto ultrapassar aquela fresta
notória nas verdades difundidas;
procuro a alternativa que me resta
nas frases benfazejas de outras vidas.

Então eu sigo ao rumo que se atesta
sedimentado às fontes bem hauridas
na explícita vereda mais modesta
que eleva à paz no amor das mãos unidas.

Auto-perdão é o que preciso agora;
ver o passado a limpo ir embora;
a consciência em pluma levitar.

As hastes nos espinhos tão robustas
aclaram as fraquezas mais vetustas
das falsas flores perseguindo o ar!
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OITO DE MARÇO

Você, mulher, esposa, mãe, amiga,
---fagulha que irradia a luz nascente---
lapida as vestes que o amor abriga
doando ao mundo herança... eternamente.

Esteio que egoísmo não dá liga;
amor que se concentra da semente
humilde, forte... espelho de uma viga.
A santa que o milagre não desmente.

Imensa gratidão meu estro deve
ao seu poema em versos naturais.
Bendita seja a estrela que requer

a dádiva da luz de um toque leve
e no esplendor do céu que seja mais
um estelar semblante de MULHER!!


Bauru, 08 de março de 2011
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TRANSLAÇÃO DA AUSÊNCIA

Com uma volta ao sol sem sua companhia
a saudade a doer procura no universo
uma estrela crescente em rima de mais verso
e eis que encontra um sorriso em forma de poesia!

Meditando perlustro um soneto e converso
com estrofes ativas sem tisne, elegia.
(e eis que encontro um sorriso em forma de poesia)
E a sua alma brilhante e emersa... e eu... imerso!

Sua ausência me acode num pranto doído
e afugenta o vazio ao cosmo infecundo;
me acalanta presente sem nunca ter ido.

Com a sua energia a sublimar meu mundo
eu rogo ao Criador descerrar esse véu...
e eu poder abraçar nosso doutor MIGUEl!!


João Batista Xavier Oliveira
Homenagem a Miguel Russowsky, aniversário de passamento ocorrido em 3.10.2009
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sexta-feira, 15 de abril de 2011

UM DIA AZUL

Um dia azul! Neste dia, participo do infinito
O meu ser como se amplia
num dia azul tão bonito
Eu como que me dispers o
num dia azul assim
dentro do ser do universo
perco o ser que está em mim!
Fica no azul misturado
e perdida a identidade
talvez quando separados
sejam a mesma entidade...
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Poesia de Célia Martins

quinta-feira, 7 de abril de 2011

O BEM MAIOR E TROVAS

O BEM MAIOR

Entre nós uma lança em duas pontas
voltadas bem direto a nosso peito,
porém compreensão com o respeito
são atributos de insondáveis montas.

Na conta permanente do direito
espaços dão às asas, sempre prontas,
os ares das visões do preconceito
e afastam as algemas tão medrontas.

É assim que um grande amor entre pessoas
atrai as vibrações das almas boas
com a esperança de um mundo melhor.

Respeito o teu espaço em todo meio
assim como respeitas meu passeio.
Nosso trabalho ao bem é bem maior!!
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Dinheiro não cai do céu
e de pedra não sai leite;
quem espera sempre ao léu
não passa de um vil enfeite.


Procurei felicidade
todos momentos da vida.
Encontrei-a na humildade:
estava em mim... escondida!


Quando o céu desaparece
o espírito em desarranjos
para encontrar-se na prece
precisa de muitos anjos!

A neve em nossos cabelos
não arrefece a união;
o tempo com seus desvelos
aquece nossa paixão.


No jardim da minha infância
quantas flores eu colhi!
Ainda sorvo a fragrância
toda vez que volto aqui!


Não quero rimar espera
na tua ausência dorida;
ao chegar a primavera
a esperança é colorida!


Eu me sinto um fugitivo
sem teu olhar prisioneiro
pois na prisão em eu eu vivo
o amor é o meu carcereiro!


Não é ilusão dos meus olhos
nem delírio de carência;
são os sinais dos escolhos
desenhando a tua ausência!
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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

TROVAS E SONETOS

Quisera uma flor apenas
no meu portal de esperanças;
suas pétalas pequenas
são sorrisos de crianças!

Quando se enxerga o inimigo
o embate é menos atroz,
pois ele é maior perigo
estando dentro de nós!

Minha luz interior
tomou forma e consistência
quando descobri o amor
na mais singela existência!

Querer ser poeta, não!
quem é não é por querer.
escrever do coração
não precisa saber ler!

A goteira enciumada
feriu a rosa em botão
porque à chuva misturada
nunca chamou atenção.

Quisera, nos meus delírios
que alcançam versos celestes,
a liberdade dos lírios
nos vastos vergéis agrestes.

Que valor tem conquistar
poder e glória sem fim...
se no aconchego do lar
solidão ganha de mim?!

O chilrear matutino
numa cadência sem fim
é o legado do menino
cantando dentro de mim!
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O PEDESTAL DO HORIZONTE


Quando me vejo aqui, no pedestal
onde a lida acalenta e se faz luz,
a vitória cintila no portal
e desintegra a treva que seduz.

Conseguir algo mais, travar o mal,
vislumbrar no crepúsculo, conduz
sentimento de força sem igual
na vereda luzida por Jesus.

Volver à luz que brilha no horizonte
mostrando o caminhar em forte ponte
é a mesma luz que brilha a todos nós...

bastando simplesmente a coerência
na busca da lavoura em consistência.
Seremos então livres, jamais sós!!
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UM LUGAR PARA A ROSA


Oh! tempo enganador, longevidade
parece tão curtinha no compasso
da vida cirandeira sem espaço
de ver o verde avesso à vacuidade.

O infindo no finito de um regaço
é a fonte que jamais se perde à idade.
E quem não vive o colo na saudade
não sente alvorecer num meigo abraço.

No passo escasso o espaço que se faz
amplia a solidão mesmo envolvida
na luz de uma cadência insidiosa.

A roda-viva ronda a nossa paz;
a frialdade aflige-nos ferida...
Redescubramos com urgência a rosa!!
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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

TROVAS/SONETOS/PENSAMENTOS

O ponto de referência
que nos uniu de verdade
foi a esquina da paciência
com as ruas da saudade!

Volto a crer no amor... senti-lo.
Bastou o exemplo que ouvi
partindo de um simples grilo
o estridular: CRI! CRI! CRI!

Nas noites esperançosas
meu sonho... apenas um vulto...
é um jardineiro entre as rosas
nos seus espinhos oculto!

Como sou tão distraído!
Após você ir embora
notei quem tinha fugido:
eu de mim... somente agora!

Cultivar rosas consiste
em saber do espinho oculto;
a ilusão dorida existe
na vida envolta num vulto.

Pés na calçada da fama;
mãos abanando fortuna...
porém sua alma reclama
na solidão que importuna!

Teatral! Muito fagueira
a trova não é pequena:
representa a peça inteira
em uma única cena!
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D I S T Â N C I A

Eu tenho pena da nossa amizade
que é tão sublime por anos a fio.
Mas a distância qual águas de um rio
tem seu destino em corrente saudade.

Nosso barquinho mantém desafio;
enfrenta as ondas e até tempestade
e na esperança que os olhos invade
o pranto morno acoberta este frio.

Quem sabe um dia a inversão dê sentido;
num porto espreite o lampejo fugido
e o tempo aporte no chão da vontade;

As nossas mãos enrugadas desmontem
a solidão e que eu diga: foi ontem
que eu tinha pena de nossa amizade!

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O soneto abaixo é atípico, pois o seu fecho dá-se no início.
Ao lê-lo, sugiro do fim para o começo, para compreender melhor:

DA MORTE AO FETO


Ao juízo final abrem-se as portas...
tantas venturas fartas para o nada.
Às mentiras e enganos fez morada
tijolo por tijolo em telhas tortas.

À mente poluída, saturada,
varrida pelas ânsias sem comportas
só restou a ambição de sagas mortas...
A história se repete malfadada.

O ensejo vislumbrou... caminho aberto.
As letras confundiram sua mente.
nos adros escolares... “tom moderno”.

Brinquedos, carrosséis, o rumo certo
carinhos e cuidados, sol presente.
No seio celestial do dom materno

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A causa é a essência do efeito. Se desvirtuada, o corolário é o espelho partido
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A maior virtude é ignorarmos que a temos.
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O entusiasmo exacerbado não caracteriza a verdadeira dimensão da origem.
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Somos uma parte do gigante. A sincronização dos seus passos depende de nós, independentemente de qualquer ideologia.
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Quanda a massa para e pensa... as montanhas tremem.
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A prática a confundir-se com a teoria é sinal de alegria.
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As ordens subliminares são algozes dos incautos.
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Quanto mais pessoas conhecemos, mais deparamo-nos com nossos defeitos.
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