A MÚSICA - FORÇA E LINGUAGEM
Autor: Professor Augusto Lourenço Costa.
(Associação de defesa do patrimônio histórico e cultural do conselho de Almeirim-Portugal)
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A universalidade da música é uma constante e uma marca forte em todo o universo. Estamos rodeados de sons, silêncios e ritmos!
Tudo no universo vibra, como numa corda em movimento. Tudo é música, dizem-nos Platão e Aristóteles.
A música acompanha a vida humana, do nascer ao morrer, nas mais variadas circunstâncias. A musicalidade do povo manifesta-se pelo cantar e dançar.
Ela é algo de objetivo e subjetivo. Os sons despertam em nós vários afetos, como tristeza, alegria, festa, divertimento, amor, luta, contestação, guerra e paz. O canto, na verdade, interpela as pessoas a cada momento, não deixando ninguém indiferente.
A força da música é impressionante! Atinge-nos, no mais íntimo, provocando inúmeras emoções.
A música entusiasma, celebra, festeja, mas também pode anestesiar e alienar. Ela é fonte de harmonia e de relaxamento, podendo ser uma terapia importante.
Nietzsche diz que a vida sem música seria um erro. E Santo Agostinho diz-nos que ela é um sorriso do espírito e quem canta é próximo de quem ama.
A música abre novos caminhos de diálogo. Abre-nos aos mundos interior e exterior, contendo elementos afetivos e educativos. É um veículo de comunicação e de comunhão, transportando-nos ao transcendente.
A música é uma dinâmica, uma vivência, um estado de alma, é harmonia. Enfim, é uma sinfonia
aberta e envolvente
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CONCERTO ETÉREO
De onde vem esse som que me alucina
em vibração sutil de violino
rompendo o meu clamor tão pequenino
diante à vastidão tão pequenina?
E no contraste as veias de menino
agitam as facetas de menina.
A simbiose às pautas mais afina
e ao êxtase do canto mais afino.
Elevo o enlevo e louvo a luz às loas;
a Deus, somente a Deus, causa primária;
ao tempo que tempera a paciência.
E no compasso os passos das pessoas
fraternas na imanência refratária
afluem às cadências da influência!
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I N S P I R A Ç Ã O
Ao longe o casarão adormecido,
refúgio de sonoras nostalgias,
ecoa, num lampejo, melodias
que pairam, esparzidas, sem sentido.
Os sons das uniões de algaravias,
buscando modelar no meu ouvido,
parecem desenhar quadro esquecido
nas pautas de diletas sinfonias.
Na sintonia fina então repouso
em pranto sincopado ao refrigério.
O enlevo de voar se faz presente.
Cantar a realidade aqui não ouso.
Ao longe o casarão sempre é um mistério;
é a inspiração que pulsa tão fremente!
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O desperdício de tempo com o inútil aumenta o espaço entre os neurônios.
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No antagonismo entre mentirosos o resultado é simplesmente zero.
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A poesia é o som de nossa alma. Saibamos auscultá-la para ouvir-nos.
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Povo alienado, povo sacrificado.
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É mais fácil alimentar um milhão de formigas do que um gigante de um milhão.
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O poder é objeto de sedução. Sedução pode ajudar muitos, poucos, ninguém.
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A sobrevalorização de quem não a merece tem sido palco de inúmeros canastrões.
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O exercício da amnésia é o maior problema que muitos políticos gostam de resolver.
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A maneira mais cômoda de livrar-se de um "louco" é rotulá-lo de louco.
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Não subestime a inteligência mesmo conhecendo o próximo, pois esse conhecimento limita-se ao que os outros têm de você.
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Os ídolos de barro não vislumbram horizontes pois ignoram as pontes.
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Os melindres são maiores quando as cabeças são menores.
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O poeta é um escultor de idéias, pintor de emoções e arquiteto das cadências.
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O rosto é o espelho da alegria, vetor da tristeza e caricatura da hipocrisia.
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O mérito tem cobrança e cobrança não tem rosto.
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TROVAS
Uma rede na varanda...
luz prata do lampião...
Paz e amor dançam ciranda
cercando o caramanchão!
Saudade... versos e prosas,
cantiga mais entoada.
Entre os espinhos e as rosas
é a solidão perfumada!
Lamento entrever a paz
no turbilhão de joguetes...
Se inerme, passível, jaz
nas mesas dos gabinetes.
Uma amizade sincera
que tem mais brilho na vida
é cobrir de primavera
o outono da despedida!
Que importa fama, dinheiro,
palmas, pedidos de bis...
se daria o mundo inteiro
para um dia ser feliz!
Guardo profundas pegadas
cheias de afetos.. feridas...
___alegrias das chegadas
e prantos das despedidas!
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quinta-feira, 4 de março de 2010
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Bom dia Prezado amigo...
ResponderExcluirem "Inspiração" podemos observar as facetas de uma grande letra. Esperar que um músico seja poeta ou que um poeta conheça aspectos técnicos da linguagem musical talvez seja muito, mas seu verso revela o conhecimento que vai além do literário...
Pranto sincopado, faz referência a SINCOPA, figura musical utilizada por Pixinguinha, Ernesto Nazaré, Chiquinha Gonzaga, entre outros....
Obrigado por esse momento "sincopado"....abraços !