quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

DE VERSOS

Não queiras me envenenar;
minha dor está dormente;
ternuras no teu olhar
são dois ninhos de serpente!!

Quem leva a vida pequena
seu espírito não medra;
a virtude pesa pena
eo defeito pesa pedra!

A flor beija a natureza
com sua espontaneidade...
Mulher exala beleza
na sua simplicidade!

Não faça do amigo a ponte
para o sucesso alcançar;
muitas vezes no horizonte
é onde começa o mar!

Junto à árvore da trova
conheci minha poesia,
pois quem do seu fruto prova
faz do verso moradia.

Tens apenas um defeito:
ferir-me na insensatez;
eeu apenas o direito
de morrer uma só vez!

A janela da poesia
aberta às rimasdo amor
deixa passar, noite e dia,
toda a ternura da flor.

Pranto, rio que desliza
em pedras, curvas, escolhos,
às carícias de uma brisa
que externa o brilho dos olhos.

Oxalá flores nascentes
em vergéis adormecidos
despertem as novas mentes
aos caminhos coloridos!

Se palavras são em vão
ao amigo, no fracasso,
externo a minha emoção
no silêncio de um abraço!!

Saudade, flor que a distância
seu perfume não desfaz.
Jardim onde nossa infância
dança ciranda de paz.

Solidão é uma procura
além dos nossos sentidos.
Sem tempo, longe, a ternura
se perde nos alaridos.

Um leve toque em um ombro
com doações de energias
remove dores no escombro
das horas tristes... vazias...

Amor, dádiva Divina,
semente humilde e perfeita;
a luz que nos ilumina
pela caminhada estreita.
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T R O P E Ç O

Vejo-me agora no final da estrada
e as consequências de uma vida aflita
a procurar afoito a mais bonita
virtude altiva, joia lapidada.

As mãos vazias cheias de desdita
não afagaram outras sem ter nada.
E a consciência viva, tão pesada,
arrasta o fardo que a ambição incita.

Peço perdão para mim mesmo, eu sei
que para evoluir existe lei
da semeadura e sua consequência.

Queira ou não queira o fim faz o começo
para engendrar a escala sem tropeço;
ser mais humilde na nova existência!

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SUTIL OLHAR

A nova era agora tão veloz
atinge os ares lassos de metais;
a quântica figura não é mais
o mito que atordoa a todos nós.

Os olhos deslumbrados por fanais
que buscam horizontes, antes sós,
percebem muito além de nossa voz
as vibrações sutis de mil sinais.

Desperta criatura limitada!
Aguça a tua aura dos sentidos;
o mundo ao teu redor é quase nada!

A nova era agora tem ouvidos;
o espírito retarda evolução
se olhar de uma segunda dimensão!!
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SINAIS INVERTIDOS

Olhando a terra acima dos sentidos
um ar tristonho abate-me na entranha:
sermões abaixo aos ares da montanha
e súplicas em motes de alaridos.

Como esperar que rogação tamanha
venha a elevar as almas dos “ungidos”
pelos sinais, nas mentes, invertidos,
se trechos do alfarrábio mal arranha?

Verter em lágrimas na espera, inerte,
(açoite de cilício não reverte)
na frialdade do silêncio atroz...

é malograr-se às vestes endeusadas;
é recorrer às luzes apagadas
se Deus reside aqui... dentro de nós!!

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