O caráter se desfaz,
irmão não é mais irmão
se a mentira for capaz
de confundir a razão!
A fugir da hipocrisia
na discrição eu me calo,
pois quem fala em demasia
cumprimenta até cavalo!
Se eu ficasse aquele dia
sem aceno na estação...
hoje a cena não teria
cicatriz no coração!
Ao saber do furacão
o luso apela ao socorro
escondendo no porão
seu estimado cachorro!
Quando a dor fica teimosa
e a esperança nem murmura,
o espinho a zombar da rosa
exala a sua amargura!
Os olhos são seus ouvidos;
sua voz, mãos triunfais.
seus anseios têm sentidos
na linguagem dos sinais!
Se palavras são em vão
ao amigo, no fracasso,
externo a minha emoção
no silêncio de um abraço!
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FULGOR
Faço a filosofia ao bem querer
e à sensibilidade o despertar.
O coração carente a palpitar
reverencia um novo amanhecer.
As flores batem palmas no pomar;
a brisa mal consegue se conter
e aos campos apressada faz saber
que a inspiração voltou para ficar.
Os sequiosos versos rompem frestas
e às lágrimas espargem liberdades;
e aos lábios interrompem elegias.
À vida são as luzes mais modestas
luzindo singelezas das verdades
que ensinam embalar filosofias.
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R E G E N E R A Ç Ã O
Quisera regressar um dia aqui
neste caminho de dicotomia
e vislumbrar um sol de novo dia
acarinhando as flores que eu não vi
nas mãos que prometiam alegria
às plebes em amargo frenesi;
sorver perfumes que jamais hauri,
a obliterar a dor da nostalgia.
Que mundo é esse que desejo tanto,
no meu presente mergulhado em pranto,
com livre-arbítrio em acessar degraus?
É um mundo cheio de promessas vivas
pelas passagens regenerativas
elidindo de vez os berços maus!
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quinta-feira, 16 de setembro de 2010
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João, o seu site de poesias está maravilhoso. Aqui temos poemas diversos para o nosso deleite: sonetos, trovas, entre outros...Vale a pena estar aqui para apreciar os seus belos escritos. Receba o meu abraço e o meu incentivo.
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