Essas fúrias almejadas
às pressas por mil conquistas
são vaidades algemadas
por tristes vendas das vistas!
O verde a perder de vista
qual tapete divinal
começa pela conquista
de um trabalho de quintal.
Na humilde casa da estrada
aos lumes desta amplidão
feérica luz dourada
no espaço de um lampião!
A simples gota de orvalho
a umedecer tênue relva
responde ao dom do carvalho
de impor a força da selva!
Se o cansaço me estimula
renovar a caminhada
a cancela é quase nula
e a vereda, quase nada!
Nunca devemos deixar
a nossa esperança fora.
Cada dia é um despertar
na juventude da aurora!
Quem planta dor planta mágoa,
navega contra a corrente,
pesca peixe fora d’água,
pisa na lama e não sente!
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ISOLADO ENCANTO
Salão repleto, nobre de artes belas,
murmúrios, gestos, ares estilistas.
O afago forte nos pincéis de artistas
moldura abraços, traços, luz nas telas.
A flor disposta à porta em todas vistas
exala as auras plácidas, singelas.
Porém as vistas todas são aquelas
voltadas às paredes tão benquistas.
Se os quadros levam ao encantamento
no brilho mais audaz de um só momento...
o vaso à entrada ampara, preterida,
a forma que transforma a transparência:
- a tela estampa a vida, é conseqüência;
a flor no entanto é causa, pois tem vida!
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T E M P O
A par dos seus pensamentos
regando os cristais das teses,
abraço o espaço dos ventos,
a irrigação nos momentos
das cores desconhecidas.
O cosmos é o meu tentáculo;
estrelas, meu espetáculo
levando luzes às vidas.
No telúrico solfejo
a sinfonia, constante,
embala à mente, latentes,
Impulsos inconscientes
das batutas imortais.
Afugento as elegias,
as cinzas das nostalgias,
obliterando os “jamais”.
Nos degraus da evolução
os meus pés não têm cansaço.
Meu fôlego norteado
une o futuro ao passado;
mil perguntas à razão.
Nas fotos amareladas
traço as minhas pinceladas
e portas ao coração.
Eu sou a ponte de tudo;
o alfa, ômega, o éter;
asas da motricidade
no esplendor da eternidade
gerando início sem fim.
Eu sou o parto das rosas;
aura dos versos e prosas;
reticências no confim!
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O SONO DOS JUSTOS
Dorme, Diógenes!
O seu intento perdura entre nós.
As virtudes existem ainda
e a contraparte, o nosso algoz.
Não cansam da desonestidade.
A honra, o manto das escolas,
insiste acordar a saudade.
Dorme, Diógenes!
A indignação permeia as gargantas
e um resquício de fé sobrevive
na lanterna que acalantas.
o espírito não perdeu o brilho
malgrado as ânsias vorazes
suscitarem estribilho!
Dorme, Diógenes!
O tempo das flores é contumaz
e os poetas volitam audazes;
quem faz o belo o feio desfaz
O mundo persiste em catarse;
a consciência, o eterno juíz.
A luz no escuro mais se esparze...!
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PENSAMENTOS
Não toques no gigante sem conhecê-lo antes.
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Assim como a pedra é o molde da erosão, a pessoa empedernida é a ferida da emoção.
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É plausível o jogo perspicaz da política, porém, o povo não deve considerá-la um jogo, limitando torcer na arquibancada.
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Dimensão e limite não se coadunam, assim como a expressão da arte e a via Láctea.
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Não deixes escapar pelas mãos o que cabe exatamente nelas.
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Quando o círculo se fecha abre-se a verdade.
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Talento não se aprende; amadurece na escola.
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Tudo torna-se difícil quando não se empenha em fazê-lo.
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Uma verdade com meia mentira é igual uma mentira e meia.
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Um bom diálogo vale mais que mil recados.
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Observa o comportamento do próximo para apalpares as tuas arestas e virtudes no mais absoluto silênco.
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Num sistema indecente o culpado é inocente.
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quinta-feira, 22 de julho de 2010
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Abraços são pouco diante de tanta limpidez de alma.
ResponderExcluirSua poesia me faz bem amigo...
Como não estou aí fisicamente, aqui vai meu mais forte abraços virtual. Que sua alma nobre continue esbanjando poemas.
Grande amplexo em seu coração !