quinta-feira, 22 de julho de 2010

TROVAS, SONETO, POESIAS E PENSAMENTOS

Essas fúrias almejadas
às pressas por mil conquistas
são vaidades algemadas
por tristes vendas das vistas!


O verde a perder de vista
qual tapete divinal
começa pela conquista
de um trabalho de quintal.


Na humilde casa da estrada
aos lumes desta amplidão
feérica luz dourada
no espaço de um lampião!


A simples gota de orvalho
a umedecer tênue relva
responde ao dom do carvalho
de impor a força da selva!

Se o cansaço me estimula
renovar a caminhada
a cancela é quase nula
e a vereda, quase nada!

Nunca devemos deixar
a nossa esperança fora.
Cada dia é um despertar
na juventude da aurora!


Quem planta dor planta mágoa,
navega contra a corrente,
pesca peixe fora d’água,
pisa na lama e não sente!
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ISOLADO ENCANTO


Salão repleto, nobre de artes belas,
murmúrios, gestos, ares estilistas.
O afago forte nos pincéis de artistas
moldura abraços, traços, luz nas telas.

A flor disposta à porta em todas vistas
exala as auras plácidas, singelas.
Porém as vistas todas são aquelas
voltadas às paredes tão benquistas.

Se os quadros levam ao encantamento
no brilho mais audaz de um só momento...
o vaso à entrada ampara, preterida,

a forma que transforma a transparência:
- a tela estampa a vida, é conseqüência;
a flor no entanto é causa, pois tem vida!
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T E M P O

A par dos seus pensamentos
regando os cristais das teses,
abraço o espaço dos ventos,
a irrigação nos momentos
das cores desconhecidas.
O cosmos é o meu tentáculo;
estrelas, meu espetáculo
levando luzes às vidas.


No telúrico solfejo
a sinfonia, constante,
embala à mente, latentes,
Impulsos inconscientes
das batutas imortais.
Afugento as elegias,
as cinzas das nostalgias,
obliterando os “jamais”.


Nos degraus da evolução
os meus pés não têm cansaço.
Meu fôlego norteado
une o futuro ao passado;
mil perguntas à razão.
Nas fotos amareladas
traço as minhas pinceladas
e portas ao coração.


Eu sou a ponte de tudo;
o alfa, ômega, o éter;
asas da motricidade
no esplendor da eternidade
gerando início sem fim.
Eu sou o parto das rosas;
aura dos versos e prosas;
reticências no confim!
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O SONO DOS JUSTOS

Dorme, Diógenes!
O seu intento perdura entre nós.
As virtudes existem ainda
e a contraparte, o nosso algoz.
Não cansam da desonestidade.
A honra, o manto das escolas,
insiste acordar a saudade.
Dorme, Diógenes!
A indignação permeia as gargantas
e um resquício de fé sobrevive
na lanterna que acalantas.
o espírito não perdeu o brilho
malgrado as ânsias vorazes
suscitarem estribilho!
Dorme, Diógenes!
O tempo das flores é contumaz
e os poetas volitam audazes;
quem faz o belo o feio desfaz
O mundo persiste em catarse;
a consciência, o eterno juíz.
A luz no escuro mais se esparze...!
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PENSAMENTOS
Não toques no gigante sem conhecê-lo antes.
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Assim como a pedra é o molde da erosão, a pessoa empedernida é a ferida da emoção.
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É plausível o jogo perspicaz da política, porém, o povo não deve considerá-la um jogo, limitando torcer na arquibancada.
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Dimensão e limite não se coadunam, assim como a expressão da arte e a via Láctea.
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Não deixes escapar pelas mãos o que cabe exatamente nelas.
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Quando o círculo se fecha abre-se a verdade.
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Talento não se aprende; amadurece na escola.
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Tudo torna-se difícil quando não se empenha em fazê-lo.
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Uma verdade com meia mentira é igual uma mentira e meia.
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Um bom diálogo vale mais que mil recados.
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Observa o comportamento do próximo para apalpares as tuas arestas e virtudes no mais absoluto silênco.
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Num sistema indecente o culpado é inocente.
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quinta-feira, 8 de julho de 2010

RETORNO DO RECESSO

Caros amigos, após 35 dias, volto a normalizar a postação(agora quinzenal) dos trabalhos.
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A essência da liberdade
todo ser pode senti-la:
O fluido do amor invade
a consciência tranqüila.


Quanto mais a idade avança
mais minha alma se aprimora;
meu coração de criança
brinca de saudade agora!


Dinheiro não cai do céu
e de pedra não sai leite.
quem espera sempre ao léu
não passa de um mero enfeite!


Façam o povo feliz:
A mente aberta é capaz
de saber o que se diz
por saber o que se faz!


Por que o poeta é sensível
de tal forma a sofrer tanto?
...Seus olhos em qualquer nível
represam dor... flui o pranto!


Foi excesso de cautela
a causa do meu tormento:
Guardei o retrato dela
dentro do meu pensamento!


Coração desiludido
não culpe ninguém por isso;
se agora vive esquecido...
é porque já foi omisso!


Prostrado em minha arrogância
à humildade hoje me entrego;
ficou menor a distância
sem o peso do meu ego!


Se letras tivessem pernas
calçariam matemática;
andariam mais fraternas
com teoria na prática

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J O I O

Por que nós complicamos singelezas
pelo simples sabor de afirmação;
por que não escutar o coração
que pulsa as vibrações das incertezas...

se temos ao alcance o corrimão;
degraus que facilitam mãos coesas;
o dom de emocionarmos às belezas...
Por que só ver a luz na escuridão?

Estamos de passagem simplesmente.
Abrindo com desvelo nossa mente
o mundo é bem maior em nosso espaço.

Por que nós complicamos as passagens
seguindo a realidade das miragens?
A vida é bela e o tempo é bem escasso!
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F A N A L

O tempo é um corredor de maratona
que a todos nós compete um fim preciso,
porém alguns alcançam paraíso
e muitos mal conseguem vir à tona.


Quem aproveita o espaço do juízo
desvia da cancela que o detona.
O fugitivo corre na carona
da ventura fugaz de um indeciso.


Recuperar o tempo esvoaçado;
catar os cacos lânguidos na fonte
é maratona e a história se repete:

Para chegar sadio do outro lado
nem que a distância for para o horizonte
setenta vezes sete vezes sete!
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ESCRAVO DO ADEUS


Um lenço branco ao longe é uma constante
na solidão que eu mesmo construí,
escravo do meu ego ao seu talante;
verdugo da humildade que perdi.


No pensamento agora tão errante
vislumbro espelho frágil que parti.
Malgrado a juventude me acalante
macróbio em lassidão detenho aqui.


Foi tudo uma serpente intempestiva.
Fugimos em veredas dolorosas...
mas hoje estás feliz, muito bem viva.


Divides teu caminho com as rosas...
e eu somo à solidão a minha vida
multiplicando as mãos da despedida!
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HARMONIA DO OLHAR

Um mavioso som esparziu-me à mente
de repente, alucinadamente,
ao deparar-me no alarme do olhar
do teu mundo de olhar.
No ínfimo espaço do nosso íntimo
apenas o som das veias
que incendeias nas entranhas.
Uma canção acaricia
os nossos tatos dos olhos.
Latente harmonia
explode em êxtases...
e deparamo-nos no santuário
onde a pauta é infinita.
É o coral do suprassumo!
Ali mesmo se chega às estrelas!
Nossos corpos são nossos olhos!
Adentramos nas almas
e purificamos a eternidade!!
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