quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

TROVAS E SONETOS

Quisera uma flor apenas
no meu portal de esperanças;
suas pétalas pequenas
são sorrisos de crianças!

Quando se enxerga o inimigo
o embate é menos atroz,
pois ele é maior perigo
estando dentro de nós!

Minha luz interior
tomou forma e consistência
quando descobri o amor
na mais singela existência!

Querer ser poeta, não!
quem é não é por querer.
escrever do coração
não precisa saber ler!

A goteira enciumada
feriu a rosa em botão
porque à chuva misturada
nunca chamou atenção.

Quisera, nos meus delírios
que alcançam versos celestes,
a liberdade dos lírios
nos vastos vergéis agrestes.

Que valor tem conquistar
poder e glória sem fim...
se no aconchego do lar
solidão ganha de mim?!

O chilrear matutino
numa cadência sem fim
é o legado do menino
cantando dentro de mim!
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O PEDESTAL DO HORIZONTE


Quando me vejo aqui, no pedestal
onde a lida acalenta e se faz luz,
a vitória cintila no portal
e desintegra a treva que seduz.

Conseguir algo mais, travar o mal,
vislumbrar no crepúsculo, conduz
sentimento de força sem igual
na vereda luzida por Jesus.

Volver à luz que brilha no horizonte
mostrando o caminhar em forte ponte
é a mesma luz que brilha a todos nós...

bastando simplesmente a coerência
na busca da lavoura em consistência.
Seremos então livres, jamais sós!!
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UM LUGAR PARA A ROSA


Oh! tempo enganador, longevidade
parece tão curtinha no compasso
da vida cirandeira sem espaço
de ver o verde avesso à vacuidade.

O infindo no finito de um regaço
é a fonte que jamais se perde à idade.
E quem não vive o colo na saudade
não sente alvorecer num meigo abraço.

No passo escasso o espaço que se faz
amplia a solidão mesmo envolvida
na luz de uma cadência insidiosa.

A roda-viva ronda a nossa paz;
a frialdade aflige-nos ferida...
Redescubramos com urgência a rosa!!
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