quinta-feira, 25 de março de 2010

DIVERSOS

Se massa tem pouco cimento, o tempo será testemunha do lamento.
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As arestas existem para os aparos e não para as aparências.
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Quanto mais distância do espírito mais proximidade do conflito.
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A função dos números é para servir e não para serem perseguidos na servidão.
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Dois falidos em discussão equivalem a dez gralhas perdidas.
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A peneira e o sol são os melhores amigos da verdade.
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O descobridor de roda é um péssimo leitor, ouvinte e informante.
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A protelação do agora é o agora do ontem perdido.
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Enquanto existir incautos haverá falsos arautos.
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Toda crise tem o lado positivo: explicita as mazelas da corrupção, da incúria e incompetência.
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Os extremos não planejados são o resultado dos meios mal traçados.
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De Henri Poincaré:
Duvidar de tudo ou acreditar em tudo são duas soluções igualmente cômodas; ambas nos dispensam do trabalho de pensar.
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De Emmanuel:

A ciência é luz.
A filosofia é trabalho.
A religião é amor.

A luz esclarece.
O trabalho aperfeiçoa.
O amor santifica.

Com a ciência experimentamos.
Com a filosofia concluimos.
Com a religião edificamos.

A luz sem trabalho e sem amor pode reduzir-se à beleza inútil.
O trabalho sem amor e sem luz pode ser mera perturbação.
O amor sem luz e sem trabalho pode converte-se em egoismo fanático.

A ciência, por isso, é senda de progresso.
A filosofia, por essa razão, é estrada para o conhecimento.
E a religião, por esse motivo, é caminho para a sublimação.
A luz exalta a inteligência.
O trabalho enriquece a razão.
O amor diviniza o sentimento.

Com a ciência o homem descobre a casa em que nasceu para a imortalidade, com a filosofia, aprende a viver e com a religião desenvolve as próprias asas que o transportarão à excelsitude imperecível a que se destina.
Façamos, assim, de nosso roteiro espiritualista, com Jesus, o templo vivo, em que a ciência seja cultivada, em que a filosofia se erga em altar de nosso respeito e em que a religião seja alimento de cada dia em nossos pensamentos, palavras e ações.
E, alicerçados nessa trilogia de valores universais, estejamos convictos de que faremos de nossa fé o santuário sublime que nos conduzirá do mundo renovado aos Eternos braços de Deus.
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Termino meu jogo agora
mesmo com placar zerado.
Jamais eu joguei por fora;
perdi... ganhei... fui honrado!


Sensibilidade extrema
é tocar de leve na alma
com a pena de um poema...
e logo a angústia se acalma!


Viver hoje intensamente...
um dia de cada vez.
Cada dia uma semente...
trinta sementes por mês!


Considero fugitivo
aquele que não tem calma
levando o corpo aflitivo
a correr mais que sua alma.


Não tendo repercussão
a hipocrisia nos dá
verdadeira pulsação
De um eco "blá! blá! blá! blá!"!!


O mundo inteiro...que importa
o poder que se desfaz?
Além da terra, uma porta
aos humildes pela paz!


Desperta, poeta, a esperança
na luz que o mundo precisa
embalando na criança
os ares que fazem brisa!
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RESSURREIÇÃO


O amor chegou, sentou-se à farta mesa.
Pensou que ali vivia o seu abraço
porém ouviu palavras ao espaço
- lamentos no vazio da incerteza.



O orgulho sério sempre no pedaço
maior, mais firme e sem qualquer fineza
abriu a porta à sádica esperteza
deixando entrar a glória do fracasso.



A farta angústia enfim, no desencanto,
tocou no amor, pediu a paz, no entanto,
além da paz ganhou um ar de aclive.



E assim as mãos se uniram sob a luz
do amor, pela humildade que seduz
e sendo eterno e terno sobrevive!

quinta-feira, 18 de março de 2010

V I A G E M

Ganho momentos da vida
para recordar momentos
que minha infância querida
legou aos meus pensamentos.

Infância da ingenuidade,
dos planos mirabolantes
de conquistar a cidade
e mudar o que era antes.

Infância bola-de-gude
entre os dedos tão certeiros;
o êxtase da virtude
atravessando os bueiros.

O taco no pega-pega,
balança-caixão e pique,
passa-anel e cabra-cega,
estilingue e piquenique.

Matinê e amarelinha,
lobisomem e sacis,
roubar manga da vizinha,
sempre escapar por um triz.

Mocinho e vilão, ciranda,
jogar pedras no telhado,
caminhar atrás da banda,
fincar os pés no molhado.

Esconder a nota baixa,
brigar por qualquer motivo,
fazer brinquedo de caixa,
se esbaldar no morto-vivo.

Sujar a roupa sem dó,
escalar o jatobá,
encher a casa de pó,
confessar o que não há.

No carnaval bater lata,
soltar pipa no campinho.
O resmungão que maltrata;
carrapicho, prego e espinho.

Perna-de-pau no palhaço
anunciando na rua...
quem tiver nervos de aço
vai ver homem que flutua.

Nas férias, o carrossel,
e as arapucas no mato.
No natal, papai-noel;
o presente no sapato.

As trancinhas da menina,
calças curtas do menino,
olhares soltos na esquina,
o sorriso pequenino.

Ser craque de futebol,
vingar-se do grandalhão:
__conquistar lugar ao sol
e a força do medalhão.

Aquele dente-de-leite
a chuva tirou do teto,
boneca virou enfeite,
espinha no rosto é afeto.

O pensamento maduro
põe os pés no chão agora;
pela porta do futuro
linda infância foi embora.

Oh! infância viajante
onde o céu era o limite,
hoje é um mundo tão distante...
não há fase que a imite.

Oh! infância da pureza
angelical, saudosista
de sonhar sua beleza
que minha alma não desista!

Quem viveu a plena infância
sabe do que estou falando.
Lembrá-la encurta a distância
e esquece o mundo nefando!!
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OBS.- Da antologia "Quando vierem as rosas" 2009 UBT Seção de Bauru.
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quinta-feira, 11 de março de 2010

TROVAS/REDONDILHA MENOR/SONETOS

Nossa vida é uma represa
que dá vazão à alegria.
Se fechá-la, com certeza,
transborda-se em agonia.


Coloquei um pedacinho
do coração para fora...
veio você de mansinho...
inteiro levou embora!


Quem desconhece harmonia
tem no coração, latente,
o som da canção sombria
num compasso de poente.


O amor mais puro do mundo
é de uma rima tão fácil...
Singelo, em solo fecundo,
é o ponto da flor mais grácil!


Esperei que refletisses
para mudar teus conceitos...
mas quem reflete tolices
reflete os mesmos defeitos.


Ambições desmesuradas,
conflitos, almas dormentes
__virtudes não cultivas...
valores nobres latentes__


A estrela muito invejosa
apagou-se antes do dia
ao ver a lua na rosa
pelo orvalho que caía...!

A coruja atenciosa,
esquecendo à presa o açoite,
paralisou ante a rosa
que encanta também à noite!!
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ELUCUBRAÇÃO


Igual ao início
de alegre ventura,
eu rogo à ternura
seu dom de sonhar
e assim vem a fada
na alegre brancura...
me envolve em sua aura
qual brisa do mar.

Me ajeito no colo
da ânsia contida;
parece que a vida
descansa no verso
que esparze canções
na pauta medida
da senda dos olhos
à paz do universo.

Num brilho de seda
desliza meu pranto
no abraço do encanto
e a alma enobrece.
As mãos em compasso
das veias, no entanto,
dão claras vidências
nos sons de uma prece.

Palavras vagueiam
e pousam aladas
e os cantos das fadas
me elevam presente
no seio das vestes
das sãs madrugadas
e auroras desnudas
cobrindo o poente.

E assim do remanso
eu faço a poesia
que dá alegoria
à busca do sonho;
me ajeito no colo
da paz que irradia
o brilho nos olhos
e ao riso me ponho!

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F A M A


Porventura o sucesso à sua porta
apontar a emoção da liberdade...
abra os braços ao braço da humildade
com os olhos à luz que lhes comporta.


Lembre a fama que faz uma amizade
com a mente na faina que se aporta;
toda febre de encômio sempre importa
nas invejas do riso em falsidade.


Nos seus passos vigiam suas roupas.
No seu tempo, que as horas já são poucas,
muito espaço que o ego não domina.


Siga em frente consigo no domínio
refletindo na esteira do fascínio
pois calçada de glória tem esquina!
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P O E T A

O poeta, vetor da porcelana,
é o arauto das dores e janelas.
Suas veias, refúgio das procelas;
coração, a ruína da pantana.


Ele é o misto dos olhos sem cancelas
com murmúrios que ouvido não se engana.
E na busca da força sobre-humana
sorve o brilho das auras e aquarelas.


Sonha grande e maior é a plenitude
do caminho perene da altitude
em limite de céu, seu companheiro.


Mente aberta aos meandros das mensagens;
mãos dispostas aos versos das miragens...
Eis o vate das asas hospedeiro!!

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domingo, 7 de março de 2010

M U L H E R

No dia internacional da MULHER, uma singela homenagem a quem dirige as nossas emoções na sutileza peculiar de artista, conquanto todos admiram sua obra.
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As forças que dão coragem
Não agem a um ser qualquer:
São virtudes com imagem
estampada na mulher.

A mulher é igual aos lírios
pela sua natureza:
Aos olhos, ternos colírios
a clarear a beleza.

Uma mulher de verdade
simplesmente é poderosa:
Vence os espinhos da idade,
ganha os encantos da rosa.

Era uma vez uma flor
que em mulher se transformou.
O jardim ganhou amor
e a mulher mais flor ficou.

Quem gera a vida tem alma
para o que der e vier.
É o mundo a girar na palma
da mão forte de mulher.

A flor beija a natureza
com sua espontaneidade.
Mulher exala beleza
Na sua simplicidade.

Venceu muitos preconceitos:
Não foram lutas quaisquer.
E se hoje ela tem direitos
é porque é forte e mulher.

Do poeta ao general
a sua figura encanta.
Mulher, a musa imortal
que a natureza acalanta.

O tempo abriu a cortina
e o passado emudeceu.
Cresceu a mulher-menina...
e o mundo também cresceu.

Mulher, não és diferente;
não és deusa, nem escrava...
mas tens um ar competente
que mil corações desbrava.

A vida tem seus abrolhos...
Não é uma força qualquer
que ilumina nossos olhos
a não ser os da mulher.
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quinta-feira, 4 de março de 2010

MUSICA/PENSAMENTOS/TROVAS

A MÚSICA - FORÇA E LINGUAGEM

Autor: Professor Augusto Lourenço Costa.
(Associação de defesa do patrimônio histórico e cultural do conselho de Almeirim-Portugal)
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A universalidade da música é uma constante e uma marca forte em todo o universo. Estamos rodeados de sons, silêncios e ritmos!
Tudo no universo vibra, como numa corda em movimento. Tudo é música, dizem-nos Platão e Aristóteles.
A música acompanha a vida humana, do nascer ao morrer, nas mais variadas circunstâncias. A musicalidade do povo manifesta-se pelo cantar e dançar.
Ela é algo de objetivo e subjetivo. Os sons despertam em nós vários afetos, como tristeza, alegria, festa, divertimento, amor, luta, contestação, guerra e paz. O canto, na verdade, interpela as pessoas a cada momento, não deixando ninguém indiferente.
A força da música é impressionante! Atinge-nos, no mais íntimo, provocando inúmeras emoções.
A música entusiasma, celebra, festeja, mas também pode anestesiar e alienar. Ela é fonte de harmonia e de relaxamento, podendo ser uma terapia importante.
Nietzsche diz que a vida sem música seria um erro. E Santo Agostinho diz-nos que ela é um sorriso do espírito e quem canta é próximo de quem ama.
A música abre novos caminhos de diálogo. Abre-nos aos mundos interior e exterior, contendo elementos afetivos e educativos. É um veículo de comunicação e de comunhão, transportando-nos ao transcendente.
A música é uma dinâmica, uma vivência, um estado de alma, é harmonia. Enfim, é uma sinfonia
aberta e envolvente
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CONCERTO ETÉREO

De onde vem esse som que me alucina
em vibração sutil de violino
rompendo o meu clamor tão pequenino
diante à vastidão tão pequenina?

E no contraste as veias de menino
agitam as facetas de menina.
A simbiose às pautas mais afina
e ao êxtase do canto mais afino.


Elevo o enlevo e louvo a luz às loas;
a Deus, somente a Deus, causa primária;
ao tempo que tempera a paciência.


E no compasso os passos das pessoas
fraternas na imanência refratária
afluem às cadências da influência!
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I N S P I R A Ç Ã O

Ao longe o casarão adormecido,
refúgio de sonoras nostalgias,
ecoa, num lampejo, melodias
que pairam, esparzidas, sem sentido.

Os sons das uniões de algaravias,
buscando modelar no meu ouvido,
parecem desenhar quadro esquecido
nas pautas de diletas sinfonias.

Na sintonia fina então repouso
em pranto sincopado ao refrigério.
O enlevo de voar se faz presente.

Cantar a realidade aqui não ouso.
Ao longe o casarão sempre é um mistério;
é a inspiração que pulsa tão fremente!

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O desperdício de tempo com o inútil aumenta o espaço entre os neurônios.
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No antagonismo entre mentirosos o resultado é simplesmente zero.
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A poesia é o som de nossa alma. Saibamos auscultá-la para ouvir-nos.
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Povo alienado, povo sacrificado.
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É mais fácil alimentar um milhão de formigas do que um gigante de um milhão.
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O poder é objeto de sedução. Sedução pode ajudar muitos, poucos, ninguém.
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A sobrevalorização de quem não a merece tem sido palco de inúmeros canastrões.
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O exercício da amnésia é o maior problema que muitos políticos gostam de resolver.
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A maneira mais cômoda de livrar-se de um "louco" é rotulá-lo de louco.
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Não subestime a inteligência mesmo conhecendo o próximo, pois esse conhecimento limita-se ao que os outros têm de você.
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Os ídolos de barro não vislumbram horizontes pois ignoram as pontes.
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Os melindres são maiores quando as cabeças são menores.
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O poeta é um escultor de idéias, pintor de emoções e arquiteto das cadências.
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O rosto é o espelho da alegria, vetor da tristeza e caricatura da hipocrisia.
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O mérito tem cobrança e cobrança não tem rosto.
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TROVAS

Uma rede na varanda...
luz prata do lampião...
Paz e amor dançam ciranda
cercando o caramanchão!


Saudade... versos e prosas,
cantiga mais entoada.
Entre os espinhos e as rosas
é a solidão perfumada!


Lamento entrever a paz
no turbilhão de joguetes...
Se inerme, passível, jaz
nas mesas dos gabinetes.


Uma amizade sincera
que tem mais brilho na vida
é cobrir de primavera
o outono da despedida!


Que importa fama, dinheiro,
palmas, pedidos de bis...
se daria o mundo inteiro
para um dia ser feliz!


Guardo profundas pegadas
cheias de afetos.. feridas...
___alegrias das chegadas
e prantos das despedidas!

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